Fazendo arte: a fotografia de Clara Sthel

por Cantão
Reprodução: Instagram

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Quando o assunto é arte, o que não faltam são opções de mulheres para a gente se inspirar. Seja na fotografia, literatura, artes plásticas e demais segmentos. Por isso, resolvemos convidar uma artista a cada domingo e contar um pouco da sua história por aqui lá  nos stories do Instagram.

A segunda convidada do nosso quadro é a jornalista, fotógrafa e produtora, Clara Sthel. Junto com um time de mulheres, ela toca o projeto “A Rua por elas”, que tem como objetivo criar mais visibilidade para jovens mulheres fotógrafas de rua/documental. Vem conhecer um pouco mais o trabalho da Clara.

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  “Tendo em vista que a fotografia é um nicho muito fechado e elitista. Criei a exposição a “Rua por Elas” para levar junto comigo jovens mulheres fotógrafas que não moram no eixo zona sul/ Centro do Rio de Janeiro e, nem por isso, deixam de entregar um trabalho belíssimo autoral, forte e documental”

 

1) Fale um pouco sobre quem é Clara: qual é a sua idade, cidade, profissão e o que gosta de fazer? 
Bom, eu tenho 26 anos, sou do Rio se Janeiro. Formada em jornalismo, sou fotógrafa e também produtora. Faço um monte de coisas, mas meu coração bate forte mesmo é pelo fotografia. A imagem é um texto que todo mundo pode “lê”, é essa premissa que me motiva a criar novas narrativas visuais. 
 
2) Como a fotografia entrou na sua vida? Você teve alguma inspiração para iniciar a carreira? 
Encontrei a fotografia na faculdade de comunicação, depois fiz um workshop gratuito com um fotógrafo documental chamado João Roberto Ripper, que usa uma metodologia própria chamada “meu bem querer”, uma espécie de abordagem com a pessoa fotografada, um respeito com a história de quem você está fotografando. O Ripper me mostrou um lado muito humano da fotografia. 
Reprodução: Instagram

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3) Conta um pouco sobre o projeto “A Rua por elas”? O que é, como nasceu e quais são os seus planos para ele? 
O projeto nasceu de uma necessidade de criar mais visibilidade para jovens mulheres fotógrafas de rua/documental. Percebi que muitas vezes era só eu de mulher fotografando e que as maioria das referências são homens na fotografia. mesmo as mulheres tendo um papel super importante no desenvolvimento da fotografia mundial.
Temos muitas mulheres fotógrafas de guerra, fotojornalistas, fotógrafas documentais e artísticas. Profissionais mulheres que não são visíveis na sociedade  tem menos chances de conseguir emprego, por exemplo. Tendo em vista que a fotografia é um nicho muito fechado e elitista.. Criei a exposição a Rua por Elas para levar junto comigo jovens mulheres fotógrafas que não moram no eixo zona sul/ Centro do Rio de Janeiro e nem por isso deixam de entregar um trabalho belíssimo autoral, forte e documental.
Fiz a curadoria e selecionei 3 fotógrafas mulheres com um potencial gigante nos seus trabalhos, todas são moradoras de periferia ou subúrbio da cidade. Meu trabalho tem muito a ver com fotografar a cidade, principalmente meu território trouxe isso para a exposição. Minha ideia é conseguir patrocínio de marcas que se identifique com o meu trabalho  e expandir o “a Rua Por Elas” mapeando outras fotógrafas e fazendo mais exposições físicas, e criar um site que abrigue o trabalho de todas elas. 
 A imagem é um texto que todo mundo pode “lê”, é essa premissa que me motiva a criar novas narrativas visuais.

 

Reprodução: Instagram

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4) O que mais você curte na fotografia? Tem alguma inspiração feminina?
 
Hoje, me identifico muito com a fotografia de rua, fotografar o cotidiano, o simples do dia a dia. Penso que fotografar a rua é uma forma de guardar imagens de uma época, daqui a alguns anos as pessoas poderem olhar e se identificar de  forma positiva e amorosa com algumas partes da cidade. Quando abrimos o jornal (seja o impresso ou um portal) o subúrbio e a periferia são retratados na imagética da violência, só aparece quando a pauta é essa. Entendo que o fotojornalismo existe para mostrar o fato, a notícia. Mas quando se trata de uma foto artística podemos e devemos mostrar novas perspectivas visuais. 
Fotógrafas Brasileiras que me inspiram: @helensalomao @valdanogueira @jessicabatanfoto,Rosa Galditano entre outras. 
 
 
5) O que a Clara de 5 anos atrás falaria para a Clara de hoje? 
Eu sinto um profundo orgulho por você se manter forte, assertiva e sonhadora. 
 
6) Qual o conselho você daria para as mulheres que querem começar a carreira na fotografia?
Começar a fazer, não se deixe limitar por crenças que você deveria ter tal equipamento, fazer tal curso…você precisa na verdade começar e ir se aprimorando no processo. É o conselho que eu dou para mim todos os dias. Treinar o olho para uma boa composição é questão de tentativas. Ter noção de luz é questão de prática. Dominar as configurações da câmera é só mexendo muito nela. Faça fotos com celular com o que você tiver em mãos. Só não deixa a auto sabotagem te vencer.  

E você, tem alguma artista que gostaria que aparecesse por aqui? Conta para a gente lá no Instagram!