Você sabia que existem muitas adolescentes e jovens mulheres sem acesso a absorventes?
A pobreza menstrual é uma questão social, ambiental e de saúde seríssima, ocasionada pela falta de acesso a itens básicos de higiene no período menstrual. Essa realidade impacta a vida de muitas mulheres brasileiras, principalmente nos sistemas penitenciários e escolas públicas.
Esse problema social leva muitas meninas a usarem métodos inseguros para conter o próprio fluxo menstrual, como papel higiênico, panos velhos, algodão e até mesmo miolo de pão.
Pela falta de um simples absorvente, essas meninas e mulheres deixam de fazer coisas que elas amam, como brincar, praticar esportes, e ir à escola. E o pior: perdem a confiança e a oportunidade para se desenvolver.
Para ajudar a resgatar a dignidade dessas meninas, nos unimos à Inciclo e ao Grupo Mulheres do Brasil para potencializar o trabalho do projeto Absorvendo Amor.
A ONG, que foi criada em 2018, já doou 110 mil absorventes para mais de 4 mil mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade menstrual no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A inspiração para a criação da ONG foi de Constanza Del Posso, estudante do ensino médio.
Foi a partir da leitura de Eleanor & Park, de Rainbow Rowell – romance que mostra um episódio bullying relacionado ao período menstrual de uma jovem – que ela teve a ideia de contribuir para a dignidade menstrual de meninas e mulheres que não poderiam arcar com os custos dos próprios absorventes.
Hoje a iniciativa conta com a colaboração de mais 13 jovens, que se dividem entre os setores de logística, comunicação, marketing e divulgação para fazer a ajuda chegar a mais pessoas, além de levar consciência sobre a pobreza menstrual para a sociedade.
Aqui ela compartilha com a gente mais sobre como o projeto ajuda nessa causa tão nobre:
Como vocês se organizam pra fazer as doações chegarem nas meninas que mais precisam?
Cada doação é diferente. Em escolas da rede pública, nosso primeiro passo é entrar em contato com a direção da escola, para entender dados demográficos das alunas e outras necessidades, para iniciar as campanhas de arrecadação, a fim de alcançar o número estimado dos produtos.
E como é essa distribuição dos absorventes?
É um momento de muita troca dentro do projeto. Diria que é o coração do nosso trabalho. Nosso grupo se organiza para levar os produtos visitando as coordenações, sempre nos recebendo de braços abertos, conversando com as alunas, e de vez em quando, nos momentos que não apresentam alto risco de contaminação de Covid, levando profissionais de saúde e palestrantes para promoverem a educação devida para essas meninas.
Vocês promovem palestras e rodas de conversa?
Sim! Acreditamos que a educação é um valor tão importante e necessário para esse movimento. Sempre que visitamos uma escola para realizar uma doação, uma das nossas grandes metas é abrir espaço para uma roda de conversa sincera e carinhosa com as alunas, e tentamos, com uma certa frequência, levar profissionais de saúde e palestrantes para conversarem com elas mais a fundo!
Qual a maior dificuldade que a Absorvendo Amor enfrenta?
Atualmente, nossa maior meta é encontrar uma maneira de mudar para um cenário em que possamos contribuir de uma maneira 100% sustentável, e expandir o projeto para podermos ajudar ainda mais meninas além dos Estados de SP e RJ. E, também, a formulação de diversas abordagens para fazer do público mais ativo em doações.
A pobreza menstrual afeta a confiança de meninas e mulheres de diferentes idades e classes sociais. Você acha que essa questão de saúde afeta psicologicamente as jovens que menstruam?
É evidente que qualquer posição de desconforto afeta diretamente o psicológico de qualquer um. O fato da menstruação ainda ser um tabu e de muitas meninas no mundo não terem o devido acesso à educação e aos produtos, gera um sentimento de incômodo em relação ao assunto. A falta de conversa sobre o assunto e todos os mitos que o cercam impactam a saúde psicológica feminina. Muitas se sentem inseguras, incapazes e são vítimas de bullying, como é o caso retratado no livro que inspirou o projeto. Tudo aquilo que a conversa não é livre e aberta para todos afeta diretamente a psique de quem sofre.
Quais são os outros formatos de colaboração além da doação?
Outros formatos de doações são através do nosso Pix e a nossa vakinha, que são as formas mais diretas de contribuir ao projeto. Mas um dos aspectos mais importantes de um projeto social, é o apoio que ele recebe! Você pode ajudar o nosso projeto simplesmente repassando as informações que nós postamos, seja em círculos sociais, profissionais, ou até mesmo em suas redes sociais! Se você tem vontade de contribuir de uma forma até mais ativa, estamos sempre abertos para receber voluntários em ações e campanhas de distribuição.
Curtiu? Agora é a sua vez:
Todos os kits contam com 3 absorventes laváveis e reutilizáveis (2 diurnos + 1 noturno), que podem durar até 2 anos de higiene menstrual para as beneficiadas.
Ajude a levar dignidade menstrual para 1.000 meninas que menstruam em situação de vulnerabilidade. Chega mais!
