O universo criativo de Camila Cherobin parece não ter limites. Ainda bem! Inspirada pelo próprio cotidiano, a artista plástica paulistana começou sua expressão artística com o selo Cement, que nasceu da vontade de uma vida mais dinâmica e artesanal.
À época, Camila ainda era estudante de jornalismo e trabalhava numa agência como social media, mas não enxergava naquela rotina algo promissor. Passou a se dedicar a trabalhos manuais – os vasos de cimento da Cement – e depois de um período em Barcelona, em 2018, percebeu outras intenções e inspirações.
Ao voltar pro Brasil, começou a colocar em prática todas as vontades que trouxe na bagagem. Foi então que passou a assinar peças incríveis com seu nome e sobrenome — e que nos transportam diretamente para grandes nomes do Modernismo brasileiro. Sua coleção de telas e tote bags leva nomes de pintores e arquitetos do movimento, a exemplo de Lina [Bo Bardi] e Athos [Bulcão].
Com trabalhos que tem como principal característica os grafismos em paleta de cores deliciosas, Camila pinta formas abstratas, simplistas e descomprometidas com a realidade, mas com uma poesia e sensibilidade únicas.
Aqui ela conta um pouco sobre suas inspirações e como tem sido seu processo criativo nesse momento turbulento:
Sua linguagem tem como característica o abstrato feito à mão, em tons terrosos e inspiração modernista. Quais suas principais referências?
Eu procuro seguir uma estética minimalista no traço e na paleta de cores que uso. Compartilho do pensamento de Mies van der Rohe “menos é mais”. Pra mim o simples, no melhor sentido da palavra, carrega uma beleza ímpar.
Sou apaixonada por arquitetura, design de móveis e objetos. Acredito que a minha inspiração vem da união desses segmentos, em especial pela arquitetura dos anos 50/60, Bauhaus, cores e formas abstratas que comunicam algo inspirador.
Como foi esse transbordamento das telas pro tecido?
A ideia desde o princípio era transmitir algo mais despretensioso do que um quadro convencional, emoldurado e etc. Acredito que o tecido cumpre bem esse papel, já que naturalmente é algo mais leve, com movimento. Gosto dessa sensação de leveza que ele carrega.
Onde você tem buscado inspiração em tempos de quarentena?
Na leitura, filmes e séries. Tenho comprado livros como nunca. Até clube do livro eu fiz com as minhas amigas. Além dos livros, tenho assistido muitos filmes que já estavam na listinha há tempos. Pra mim cinema é sempre uma fonte de inspiração e beleza. Acho que pra esses dias em especial vale um filtro de bem estar, fazer o que realmente nos agrada, agrega e nos deixa feliz, sem tantas cobranças assim. Falo isso pra mim também, risos.
Você consegue contar histórias em cada um de seus trabalhos. Acha que a formação em Jornalismo complementou sua veia artística?
Sempre tem um conteúdo por trás de cada pintura. Seja pra comunicar de onde vem ou alguma referência na hora da construção da obra, como é o caso da tela Barceló, inspirada na praia de Barceloneta.
Você está fazendo alguma venda especial neste período de pandemia ou tem alguma novidade que quer dividir?
No começo da quarentena tive a ideia de vender vouchers com valores especiais, uma espécie de compra antecipada dos produtos. Com a minha rede de apoio praticamente toda fechada tive que trabalhar com os materiais que já tinha em estoque. Mas por ora tem dado certo! 🙂
Uma novidade legal é que encabecei a ideia da criação de uma plataforma de e-commerce dentro do The Summer Hunter, cujo objetivo é fortalecer artistas independentes que não tem tempo, conhecimento ou receita para colocar no ar um site de vendas. Lançaremos oficialmente daqui algumas semanas.
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Seguimos aguardando ansiosamente pela novidade — e, enquanto isso, ficamos aqui nos inspirando e amando cada pincelada. Pra ficar de olho em tudo o que a Camila anda aprontando, é só seguir o perfil dela aqui.
