Duda Beat: a rainha do pop indie

por Cantão

Todo ditado popular costuma ter um fundinho de razão. E quem já passou dos vinte e poucos anos sabe que todo mundo sobrevive a paixões não correspondidas. Uns descontam suas frustrações em comida, outros em remédios tarjas pretas e os mais espertos fazem arte. Duda Beat, espertíssima, fez um álbum cheio de hits e tem conquistado uma legião de fãs país afora.

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Sintetizadores cremosos, graves pulsantes, beats apaixonados e muita, mas muita sofrência: tudo isso está presente em “Sinto Muito”, disco de estreia da cantora e compositora pernambucana que já mora no Rio há dez anos.

O disco nos remete a um diário recheado de desabafos ácidos. Já entrevistei a Duda Beat algumas vezes – hastag eu amo meu trabalho – e posso afirmar que suas letras dão voz a jovens mulheres que não conseguem se adaptar à fluidez dos relacionamentos contemporâneos (quem consegue?). “O álbum não faz apologia a amargura, ao contrário, meu lamento transformado em arte foi o caminho que encontrei pra superar e me empoderar”, conta.

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A maioria das músicas produzidas no mundo falam sobre as dores e as delícias de amor. A maioria das músicas produzidas no mundo se perdem no mundo virtual. Duda se destaca falando de amor de forma muito bem humorada. Ela chora de solidão em Back to Bad, ri de si mesma na deliciosa Bédi Beat, experimenta o sexo descompromissado no hit Bixinho, goza das noites cool do Rio na faixa Ninguém Dança e assume que nenhum amor é grande o bastante pra ela em Todo Carinho. “Se queriam doces declarações de amor, deveriam ter se comportado melhor”, finaliza jogando aquela indireta pros seus flertes não correspondidos.

Se você ainda não caiu de amores por “Sinto Muito”, sugiro que dê play agora.
Você ainda vai ouvir muito o nome da nova rainha do pop indie.