Deserto Saara: passeio por uma obra de arte da natureza

por Cantão

Visitar o continente africano era um sonho antigo e o tour para o Deserto do Saara foi a melhor forma de começar a explorar essa região, que além de ser riquíssima culturalmente, é cheia de belezas naturais. A badalada Marrakech foi o ponto de partida para o deserto mais famoso do mundo. No caminho, passamos por paisagens com as mais variadas geografias. Montanhas, vales, areia e muito verde se revelavam pelas estradas cheias de curvas.

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O primeiro ponto de parada da viagem, que durou quatro dias, no total, foi o High Atlas. A cordilheira chega a 4 mil metros em seu ponto mais alto, uma das maiores em todo norte da África. Para um pouquinho, descansa um pouquinho… e assim seguimos fazemos muitos pit stops para fotografar as belíssimas paisagens que surgiam a cada trecho.

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Além da estrada principal para o deserto, pegamos uma rota secundária, chamada “Rota dos Casbás”. Casbás são construções tradicionais marroquinas que tinham dupla função: serviam como fortalezas contra ataques e como proteção em épocas de baixas e altas temperaturas.

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Feitos de uma mistura de argila, palha e estrume seco de animais, os Casbás com suas cores ocres se misturam em total sintonia com a paisagem árida e desértica da região. O visual é tão cenográfico que o casbá de Ait Ben Haddou serviu de locação para cenas de Game of Thrones, que se passam na cidade de Yunkai, na Baía dos Escravos. Produções como Lawrence da Arábia, Gladiador, Babel e A Última Tentação de Cristo também tiveram cenas gravadas por lá.

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Depois de um dia inteiro de viagem, fizemos uma parada estratégica na cidade de Ouarzazate, a capital do cinema do Marrocos, onde estão localizados os estúdios da Atlas Corporation, onde já foram gravados diversos filmes holywoodianos: Ben Hur, 007, Alexandre etc. Dormimos na cidade e no dia seguinte continuamos essa viagem cheia de lindas surpresas.

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Rumo ao Deserto do Saara, a primeira para do dia foi no Vale do Draa, um oásis diferente do que se costuma imaginar.

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Diferente daquela ideia de meia dúzia de palmeiras sofridas com um laguinho meia boca, encontramos um gigantesco palmeiral, com milhares de palmeiras verdinhas, cortado pelo Rio Draa, que desce das montanhas do Alto Atlas. Um verdadeiro espetáculo da natureza!

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A viagem certamente já teria valido muito a pena só pelo que vimos no caminho, mas o melhor estava por vir. A paisagem ia se tornando cada vez mais árida e finalmente chegamos a Merzouga, nossa porta de entrada para o Deserto do Saara.

A van nos deixou em um hotel de base, literalmente na beira das dunas e de lá um 4×4 nos levou até os dromedários, que nos esperavam para a travessia até o acampamento onde passaríamos a noite. Durante uma hora e meia seguimos montados na corcova dos bichinhos pelas dunas de Erg Chebbi. Enquanto nos distanciávamos da civilização, o sol ia se pondo por trás das dunas e colorindo a paisagem desértica com um degradê de cores incrível. O clima de paz e silêncio do lugar tornaram aquele momento único, uma experiência diferente de tudo que já havia vivido.

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Aos poucos, começamos a avistar as nossas tendas em meio às areias do deserto e, ao chegarmos, tivemos a sensação de estar dentro de um filme. As tendas tinham uma estrutura rústicas e cheia de conforto. Entramos, deixamos as nossas coisas, tomamos um banho e quando saímos encontramos uma grande e farta mesa de jantar posta.

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Depois da refeição o grupo se reuniu e formou uma roda para curtir a noite com muita música regional. Os guias locais tocaram, cantaram, nos ensinaram a tocar alguns instrumentos bérberes e assim terminamos mais um dia inesquecível desse passeio.

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Acordamos às 5h30 da manhã e praticamente vimos o dia nascer em meio às dunas enquanto fazíamos o caminho de volta com os amáveis dromedários. Era hora de se preparar para pegar a estrada novamente e encontrar novas surpresas no caminho, que dessa vez seria um pouco diferente.

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Passamos pela cidade de Tinghir, que fica à beira das Gargantas do Rio Todra. Quando vi as rochas enormes se aproximarem soube que estávamos chegando às famosas gargantas que envolvem os rios. A região fica cheia de locais que aproveitam o lugar cheio de sombra e água fresca para descansar e se refrescar com família e amigos.

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Para chegar ao deserto do Saara é preciso ter disposição para encarar a aventura, mas cada quilômetro vale muito a pena! Os mais destemidos podem fazer a viagem de carro, mas o mais indicado é fazer o passeio com agências e guias especializados. Fizemos o tour com a Marrocos.com, uma das mais conhecidas e antigas do Marrocos. Na minha opinião, esse é o jeito mais confortável e seguro para se explorar essa região de natureza tão surpreendente e encantadora.