Como começar a contar como me tornei ceramista? A verdade é que eu não sei explicar.
Tinha um desejo lá no fundo, muitas pessoas que me estimulavam, e tinha toda a minha energia em me dedicar a produzir coisas minhas. Quando percebi eu já tava fazendo muito antes de saber que aquilo era cerâmica. Desde muito tempo mesmo, quando ainda era criança e no lugar da piscina, eu preferia ir atrás de barro para fazer jarros.
As primeiras lembranças são sentadas na terra brincando, mas hoje no ateliê o processo não é tão diferente. A matéria-prima é abundante na natureza, nas margens dos rios e manguezais. As argilas são materiais terrosos naturais, que misturados com a água ganham um lindo poder plástico. A partir daí, o barro percorre um longo caminho até se tornar uma peça cerâmica, passando por cozimentos, queimas e algumas vezes esmaltes a base de vidro.
A indústria da cerâmica é uma das mais antigas do mundo, sendo encontrada peças desde o homem pré-histórico. Cada civilização e cada cultura desenvolveram formas e características próprias no uso do barro. Na antiguidade as pessoas acreditavam que ela representava os quatro elementos que constituíam o mundo por ser composta por terra, moldada com água, secada ao ar e, consolidada mediante o fogo. É incrível observar esse poder próprio e transformador que o barro permite!
Não sei se já sou ceramista, porque ainda me falta muito. Mas hoje eu gosto mais de fazer isso do que algumas outras coisas. A arquitetura e a arte vivem conquistando mais espaço dentro de mim. É nesse processo de busca que eu tenho me encontrado — e criado as peças da Terral Cerâmica.
Compartilho as minhas peças “transformadas” aqui no Instagram. Se você também quer experimentar as possibilidades incríveis da arte da cerâmica, eu indico o ateliê do mestre Guilherme Toledo.