Delicadeza e força: duas palavras antagônicas ajudam a descrever a bailarina Olivia Pureza.
A sua relação com a dança começou aos 11 anos de idade. Olivia já tinha se dedicado à capoeira, às aulas de inglês, teatro, artes plásticas e até futebol. Não faltaram oportunidades e experiências. Mas foi um anúncio de espetáculo de dança que despertou a curiosidade e o interesse sobre a forma de arte que mudaria sua vida. Bem diferente da clássica história do incentivo dos pais que sonham em ver suas filhas em tutus cor de rosa, né?
Depois de muito estudo e trabalho, Olivia fez da paixão, sua carreira. Hoje a moça faz parte do elenco da admirada (e premiadíssima) Cia de Dança Deborah Colker e esteve recentemente em turnê com o espetáculo Vero. Aqui ela conta um pouco mais sobre sua trajetória e como a dança movimenta a sua vida:
Conte mais sobre como foi essa aproximação com a dança e mais sobre a sua formação.
Logo no início, descobri em mim uma necessidade de viver mais intensamente tudo aquilo, que a dança significava mais, e me tocava de uma forma diferente. Mas eu sabia que pra viver da dança seria necessário conhecimento, treinamento de excelência e experiência. Por isso, quando completei 16 anos (e contando com todo o apoio dos meus pais), me mudei do interior para a capital de São Paulo.
Durante minha formação, tive oportunidade de aprender com grandes mestres, dançar em importantes festivais de dança e conviver com grandes pessoas e artistas. Hoje, depois de dois anos na São Paulo Cia de Dança, e desde 2015 na Cia de Dança Deborah Colker, me sinto extremamente afortunada e, acima de tudo, realizada! O caminho foi árduo, desgastante, e muitas vezes solitário, mas hoje sei o quanto foi necessário passar por cada momento desse processo para hoje estar onde estou!
Como é a sua preparação corporal? Por trabalhar com dança, você tem uma alimentação mais regrada?
Para o bailarino profissional de grandes companhias, com alta carga horária de trabalho e agenda atribulada, o cuidado físico não é só importante, mas primordial. Estar em forma, leve e ao mesmo tempo forte, é necessário para o melhor desempenho e para a prevenção de lesões. Felizmente eu sempre tive facilidade em me manter magrinha, mas ainda assim evito comer além do que meu corpo pede, e faço academia para o fortalecimento da musculatura.
O que inspira você e como isso é refletido na dança?
Acredito que a inspiração possa vir de qualquer fonte. Pessoas, lugares, palavras, obras, cheiros, experiências vividas… Mas pessoalmente o que mais me move é, sem dúvida, a música… Música que entra dentro da gente, arrepia, emociona, nos deixa à flor da pele, e com toda certeza faz com que a entrega do bailarino seja ainda maior e mais verdadeira.
O que é viver bem pra você?
Pra mim, viver bem é viver inteiro. Claro que para isso precisamos de saúde e recursos, mas acredito que a plenitude só é atingida quando nos sentimos felizes e satisfeitos com quem somos, o que fazemos e buscamos. Muita gente acaba abrindo mão de sonhos, desejos e planos por medo de fugir do “roteiro” imposto pela sociedade: escola, faculdade, casamento, filhos… E acabam se sujeitando a uma vida com muitas frustrações. Uma vez me disseram que viver com medo é como viver pela metade. Pra mim a resposta é essa: viver bem é viver sem medo.
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