A Ju e o Marquinhos se conheceram no trabalho há 8 anos. Ela é jornalista, ele fotógrafo. Há cinco namoram e há quatro moram nesse apezinho cheio de luz e cor, que já era dele quando se casaram. O casal é muito lindo. E as crianças? Vicente do primeiro casamento e Helena, essa princesinha, também! A casa não para. Impossível ter monotonia com crianças, bichinhos e duas cabeças criativas.
É o local de encontro da família, refúgio dos amigos, almoços de domingo. O Marquinhos ficou tão animado em participar desse post, que tirou as fotos e escreveu o texto, acredita? Nós ficamos tão felizes! Foi uma honra conhecer o cantinho dos Serra Lima. Mais ainda ver tão de perto um amor tão especial. Dá uma olhada:
“As janelas lá de casa, quase todas, apontam para o leste. Por isso, toda manhã, ainda apagada e silenciosa, a casa é colorida pelo céu. Não que falte cor. O sofá é azul-turquesa e o chão, de taco. Tem parede laranja, aparador amarelo e as cadeiras são cada uma de uma cor. Somos muitos: marido e mulher, duas crianças, um cachorro e uma gata.
Nossa casa é barulhenta, bagunçada e, amanhã, certamente não estará como hoje. Paredes são pintadas nos dias de folga. Já viu uma porta lavanda? Minha mulher tirou folga esta semana. Mas, confesso, não é só ela…“E este quadro, gostou, amor? Peguei no lixo, não ficou ótimo?”
Tudo muda. A estante da Helena já foi banco na sala. A caixa de madeira que veio, sabe-se lá como, de uma pauta, virou aparador de revista no banheiro e a máquina de escrever que enfeita a estante, comprei num galpão abandonado por vinte reais. Imutável mesmo, só o corredor, o Estádio Serra Lima.
É lá que ensino o meu filho a chutar com o lado interno do pé e onde ensinarei para a Helena que meninas que jogam futebol são as mais interessantes de todas.
A Ju diz que sou teimoso, que sou cheio de manias, que todo dia acordo, rego a horta e lavo a louça. A verdade é que sou organizado. Criei um pequeno método para dar conta das obrigações e não enlouquecer.
A Ju é cheia de manias. Ela adora o ensurdecedor aspirador de pó e insiste em varrer a sala antes das crianças acabarem o café da manhã. Tem ainda os bichos de estimação, tão bonitinhos. Dia sim, a Cléo me acorda mordendo o dedão do pé às 6h.
Dia não, o Thor usa seu latido mais agudo, às 05h45, para nos avisar que o entregador deixou o jornal na porta. E assim acorda a Helena, que chora, e/ou o Vicente, que me pergunta porque eu não quero jogar futebol.
Engraçado pensar como a nossa casa se parece com a gente. Entra lá na sala de manhã e você vai ter uma foto de como me sinto. Entra de novo umas 20h e você vai entender exatamente como a Ju está. A Ju sempre quis uma casa “Tok Stok”, onde o sofá-combina-com-a-mesa-que-dialoga-com-o-quadro-e-etc. Hoje, ela tem uma casa de verdade, que de mostruário não tem nada.
Enquanto as crianças forem crianças e os bichos se comportarem como o que são, bichos, teremos a melhor casa que pudermos. Bagunçada, barulhenta e feliz.
E que hoje as crianças durmam cedo! Porque você precisa ver como fica a sala em noite de lua cheia.”