Quem conhece, sabe bem: a nossa designer Ana Bringhenti é uma daquelas pessoas que tem um bom humor contagiante e coloca amor em tudo o que faz. Além de espalhar sorrisos e deixar nossos dias mais leves, ela também é a responsável por tornar o lado web do Cantão mais prático, funcional, e claro, ainda mais bonito!
Mas o talento dela não se restringe apenas às telas do computador. É que nesta quinta-feira (29/10) às 19h, rola o lançamento do seu primeiro livro impresso, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon.
Desde pequena, Aninha sempre gostou de observar o mundo, de descobrir as coisas que tocam, as cores, as formas e sabores do que via por aí. São de todas essas recordações que é feito “Bagunça na Cozinha – Memórias de uma toalha encantada” (Editora Senac), livro infantil de culinária que agrada todas as idades.
Resgatando as lembranças afetivas de quando ela descobriu o universo tão rico e encantador das panelas, Aninha mostra como pais e filhos podem aproveitar ao máximo a deliciosa experiência de se divertirem na cozinha.
A gente bateu um papo com ela, que conta como foi transformar esse sonho em papel:
O Bagunça na Cozinha é muito criativo e colorido. Junta receitas práticas e nutritivas com ilustrações incríveis. Como surgiu a ideia de tudo isso misturado?
O projeto nasceu da minha vontade de fazer algum material editorial já que estava concluindo na faculdade de Design Gráfico e ainda não tinha tido essa oportunidade. Daí para frente descobri que seria bem mais rico e genuíno se eu criasse todo o conteúdo desse livro, ao invés de montá-lo com passagens achadas por aí. Para criar um livro de “cabo a rabo” eu pensei que o mais natural seria falar sobre algo que amava e sempre esteve comigo: a culinária.
Você costumava cozinhar com os seus pais? Conte uma memória culinária da sua família que foi inesquecível.
A cozinha lá de casa sempre foi aberta para mini aventuras supervisionadas, um bolinho aqui, um miojo ali. Minhas verdadeiras lembranças de liberdade na cozinha eram com a minha avó materna, a senhora das panelas! Ela morava em um sítio, então a bagunça era só mais um detalhe, a gente se divertia até para limpar depois!
Lembro muito quando ela me ensinou a fazer ovo mexido (!), eu devia ter uns 8 anos… gastamos quase uma dúzia, porque eu nunca conseguia quebrar direito, derrubava toda a casca dentro. Quando consegui ela inventou de colocar um tiquinho de arroz, ali na panela mesmo e também meia banana cortada para fazer uma gororoba deliciosa batizada por ela de “grolado” (risos)! Nunca me esqueço da alegria que senti ao sentar a mesa e comer algo feito por mim. Gratificante!
Como foi o processo de criação de cada uma das receitas? Pensou em receitas que são mais simples de fazer ou naquelas que trazem uma experiência mais divertida?
A ideia central, desde nascimento do projeto, era resgatar o momento “família” dentro de casa. Se ele pudesse vir acompanhado de nutrição, ainda melhor! Fui uma criança chata para comer e me lembro perfeitamente que quando eu que metia a mão no troço o assunto mudava totalmente.
Essa aproximação com a cozinha me trouxe pra perto de um estilo de vida mais saudável agora na vida adulta. Quando o livro tomou corpo, elegi receitas absolutamente simples, partindo do princípio que as crianças não entendem quase nada de combinações e não têm muitos aparatos culinários. Para mim, o livro fala sobre aprendizado, tanto para os pais quanto os filhos. Alimentar memórias felizes na infância é a receita certa para adultos mais conscientes no futuro!
E as ilustrações? Quais suas técnicas favoritas?
Os desenhos todos foram feitos à mão e coloridos no computador. Quando me formei ainda não tinha muita experiência com outras técnicas e por isso preferi não arriscar. Hoje em dia já descobri um pouquinho mais e tenho andado apaixonada por aquarelas e coloridos mais suaves, mesmo assim acho que esse projeto realmente pedia mais vibração em cor!
O que é cozinhar para você?
Embora pareça serena por fora, minha cabeça quase sempre anda na velocidade da luz! A cozinha então se tornou uma terapia, um convite para olhar mais para mim, minha alimentação e meus hábitos. É um momento de silêncio interno, meu foco está apenas no que produzo com as mãos.
O livro me trouxe mais pra perto desse ambiente lá de casa, que sempre foi mais da minha mãe. Desde que comecei a experimentar não parei mais! Não sou chef, nem nutricionista, apenas uma curiosa apaixonada pelo amor que a comida nos traz!
Com o que você se inspira?
Amo cozinhar ouvindo música, quer dizer… tudo na minha vida tem trilha sonora! Às vezes até o banho (risos). Marisa Monte é uma das cantoras que mais me remete ao afeto, não apenas pela sua voz cheia de sabor, mas também por lembrar muito dos domingos lá em casa ouvindo o disco “Cor de Rosa e Carvão”, uma vibração sem igual!
Fala pra gente a receita dessa saladinha que você preparou?
Essa receitinha você encontra também no livro, mas aqui finalizei um pouquinho diferente. Bem fácil, anota aí: uma xíc. de cenoura ralada, uma xíc. de beterraba ralada, um potinho de queijo cottage (250g), uma xíc. de tomatinho cortado ao meio e manjericão a gosto.
Para fazer: tempere o cottage com azeite extra-virgem, sal e pimenta. Em seguida, junte os tomates a essa mistura e mexa um pouco. Adicione os legumes ralados e prontinho! A ideia é que fique com textura de pastinha mesmo, mas se quiser diferente basta adicionar menos queijo. A saladinha pode ser comida com pão em um lanchinho, ou para quem é fitness uma rodelinha de abobrinha! Hummmm, delícia!
Pra fechar, viver bem pra você é:
Viver bem para mim é saber amar e respeitar o próximo, cuidar dos outros como se cuida de si. Colocar um pouco de amor em coisas pequenas do seu dia: um “bom dia” vigoroso ao seu porteiro, um sorriso para alguém desconhecido, uma mensagem fofa para aquela amiga que já não vê há um tempo… essas coisas! 🙂
Pura inspiração! Os primeiros que aproveitarem o livro durante o lançamento ainda ganham uma surpresinha especial. Confira todas as infos do evento aqui e nos encontramos lá!