Tudo começou com um sotaque. Aquele com gostinho de férias no nordeste. Aqui no Rio, sotaque assim a gente logo vê que tem história boa por trás. A dona do sotaque é Alice, também conhecida pelo apelido de “Quero-quero”. Nossa amizade começou assim, do nada, simpática e arretada de boa. Não demorou muito para ela me levar à sua terra.
Fizemos as malas e fomos para Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. Foi como se a gente estivesse voltado no tempo. Todos se conhecem, se abraçam, se encontram na praça, na praia… no paraíso que é viver com a porta de casa aberta.
É como uma grande família e ainda com a visita de golfinhos quase que diariamente. Sem falar no show que o sol prepara todos os dias na hora em que vai embora.
Em um lugar assim só podia mesmo ter a Praia do Amor. Imperdível pra quem vai sozinho ou mesmo bem acompanhado. É lindo ver o cuidado que os nativos têm com tudo por lá. E te recebem com aquele sorrisão gostoso que deixa a preocupação sempre pra depois.
Outra praia favorita é a Praia do Madeiro. Água de um lado e quilômetros de floresta do outro. Bom para surfistas e suas namoradas. Atenção à maré: é ela quem manda por lá – se estiver cheia, não se pode atravessar de uma praia pra outra.
Na Pipa, a lista de lugares é grande e valiosa. Além da Praia do Amor e a Praia do Madeiro tem a Praia do Centro, Cacimbinha, Sororoca, Praia das Minas, Baía dos Golfinhos e Abacateiro.
Com quatro dias dá pra conhecer tudo, mas a vontade que dá é de ficar pelo menos quatro meses. Dicas boas são o sorvete da Preciosa, os pães italianos do Café e Padaria Central e o aconchego da Pousada Mirage. Tudo no centro, pertinho para ir a pé.
Saindo de lá fomos em direção a Jericoacoara, no Ceará. São 11 horas de carro, valendo cada segundo para chegar nas areias surpreendentes daquele lugar. De um lado dunas e do outro também. Bois, vacas, jegues, cavalos e cachorros ficam soltos, convivendo entre si e com a gente. Jeri, para os íntimos, é o paraíso do kitesurf. Venta muito e além das praias, lagoas lindas.
Nós passamos o dia na Lagoa do Paraíso, digna de cartão-postal, com rede dentro d’água e peixinho frito para o almoço. O dia rende e todos sobem a grande duna para ver o pôr do sol. Todos os dias, de praxe. Descendo (feito criança) a duna, é hora de roda de capoeira na beira da praia. Axé pra levar pra casa. Em Jeri é preciso explorar. As caminhadas revelam esconderijos e detalhes super especiais.
Com a maré seca dá pra ir até a Pedra Furada, passando pela Praia da Malhada e voltando para a Praia do Centro. À noite o buxixo é no centrinho com lojas, artesanatos, forró e caipirinha. O restaurante “Na Casa Dela” ganha disparado na decoração e charme, totalmente integrado à natureza.
O sorvete gostoso é o de pistache do Gelato&Grano. Depois de três longos dias nos despedimos da ventania e pegamos estrada em direção ao deserto. Subindo mais um pouco, com sete horas de viagem mais ou menos, chegamos na terra abençoada que é o Maranhão.
CONTINUA…