Pedro poderia ser mais um Pedro que a gente esbarra quando dobra a esquina.
Poderia ter 18 ou 28, tanto faz. Poderia até mesmo ser confundido com o João, Luiz ou Gustavo… Mas não.
Nesta história, Pedro Mann ocupa um lugar conquistado por ele e muito especial. Músico de formação, o baixista também é cantor e compositor — um cara sensível, atencioso e, é claro, cheio de talento. Para ele o destino não poderia ser diferente: herdou a mesma veia musical da mãe.
Em 2013, Mann lançou seu primeiro álbum solo, “O mundo mora logo ali“, com uma pegada alegre, bem pra cima, assim como ele. No currículo, o carioca também traz composições próprias gravadas por outros artistas, e pela estrada já tocou ao lado de grandes nomes como Nicolas Krassik, Roberta Sá, Qinho e Thaís Gulín. Entre um encontro e outro, ele também se dedica ao Bondesom, um conjunto só de feras do jazz instrumental.
Nós batemos um papo com ele para saber mais sobre tantos projetos incríveis, vem ler:
Quando que a música encontrou você pelo caminho?
A música sempre esteve presente na minha vida por causa da minha mãe. Gosto de dizer que fiz a mesma faculdade duas vezes, pois minha mãe estudou na Uni Rio grávida de mim – mesmo curso de música que eu viria frequentar 20 anos mais tarde. Minha infância foi ouvindo ela dar aulas de violão e ensaiar com os grupos que ela tinha. Com 8 anos comecei a ter aula de piano e aos 15 encontrei o baixo, montei uma banda de rock e comecei a compor. Dois anos depois fundei o Bondesom e o negócio da música nunca mais parou.
O Bondesom tem ganhado espaço no cenário musical carioca cada vez mais. Como a banda começou?
A banda começou em 2002 na PUC-Rio. Um grupo de amigos da faculdade que se juntavam pra tocar, trocar e se divertir. No início era bem mais rock n’roll – fazíamos versões de Jimi Hendrix – mas depois a influência brasileira e latino americana tomou conta da nossa sonoridade. Começamos tocando no circuito universitário e depois vieram os bailes na Lapa e em outras casas do Rio, o que nos deu a oportunidade de aprendermos bastante. A coisa realmente começou sem nenhuma pretensão, da amizade e do carinho entre a galera.
E o projeto The Live Sessions do Usina 47? Conta um pouquinho mais sobre essas jams.
O The Live Sessions é um espaço aberto para a experimentação, para os artistas se encontrarem, conversarem e mostrarem seu trabalho.
O Rodrigo Lampreia e a Bianca Chami são os mestres de cerimônia e tem uma banda base – da qual faço parte. Sempre tem dois ou três convidados e depois a gente abre para o inesperado. Quem tiver lá e quiser cantar é sempre bem-vindo. Acho que o Rio tá precisando de mais eventos desse tipo, sabe? Pra dar uma chacoalhada e estimular a experimentação, troca e parcerias entre os artistas.
Quais são suas maiores influências?
Sempre ouvi de tudo. Do jazz ao funk, da música clássica ao rock. Mas acho que é na música brasileira de Caetano, Gilberto Gil e Tom Jobim onde encontro minhas maiores influências.
Pra fechar: o que não sai da sua playlist?
Recentemente tô ouvindo direto o disco novo da Tulipa Ruiz, “Dance”. O que me chamou atenção nesse trabalho é a base dançante contrastando com letras atuais e despretensiosas. Adoro ouvir discos novos de artistas da nossa cena atual. Na minha opinião, a música brasileira está numa boa fase com excelentes cantores surgindo a cada dia.
Quer ouvir mais? Dá uma conferida no SoundCloud dele e bom proveito!