Depois de conhecer e se surpreender com Mianmar como contei aqui, seguimos com o nosso mochilão rumo à Tailândia!
Antes de contar sobre as belezas desse país tão solar e incrível, uma dica de ouro: se você tiver só 1 mês para o mochilão, escolha apenas um país. Vale muito mais a pena ficar um mês e sentir o país minimamente, do que dar um pulinho em todos os pontos turísticos do sudeste asiático. Minha viagem durou 3 meses e mesmo assim foi muito corrida, pois não ficamos mais de 5 dias em nenhuma cidade. Na minha opinião, as melhores viagens não são feitas de passadinhas…
A primeira parada foi em Bangkok, a capital. Durante as pesquisas para montar o roteiro, era sempre a mesma história: “3 dias na capital são suficientes”. São tão suficientes quanto três dias no Rio de Janeiro: um para o Pão de Açúcar, um para o Corcovado e um para a Praia de Ipanema. Não faz sentido, não é?
Três dias em Bangkok são suficientes se você quiser ir a dois templos e dar um rolé na Khaosan Road – a rua dos mochileiros, que é repleta de lojinhas. Mas o mais legal de lá é se perder como se fosse um local. No primeiro dia inventamos de ir a pé até o consulado do Vietnã, do outro lado da cidade, e foi muito mais interessante do que o dia em que nos enfurnamos no Grand Palace, a principal atração turística de lá.
Por lá não dá para ficar entediada. São museus, parques, teatros, templos, feiras (muitas feiras!), shows de ping-pong, muay thai… a lista de opções não tem fim! Então, se você só tiver 2 dias em Bangkok, use-os para bater perna! Muito melhor do que seguir os roteiros turísticos por lá, que estarão sempre abarrotados! Você se sente numa Disney, mas sem nenhuma infraestrutura…
Por lá também vale visitar o Tiger Temple (templo budista repleto de tigres), Ayutthaya (a antiga capital), a curiosa Kanchanaburi e o floating Market, onde os vendedores ficam pra lá e pra cá em canoas. Em todos esses passeios você pode ir por conta própria, mas como nós éramos iniciantes demos dois moles: contratar uma agência e fechar um pacote de dois passeios em um dia.
Fomos primeiro às cachoeiras Erawan, em Kancha, lindas de viver! Mas quando estávamos começando a curtir, chegou a hora de irmos para a próxima parada, o Tiger Temple. Então vale reforçar: selecione o que você quer visitar e elimine outros passeios sem dó. É melhor ver direito poucas coisas do que ver tudo, mas não ver nada…
A segunda parada foi nas Ilhas do Sul. São centenas de praias paradisíacas, para todos os gostos. As nossas favoritas foram: Ko Phi Phi, Maya Bay, Railey e Ko Tao.
A ilha de Ko Phi Phi é a ilha da festa! Mas você gostando ou não, não tem jeito, é parada obrigatória. Pois é lá que você fica para conhecer a praia do filme “A Praia” (com Leonardo DiCaprio, lembra?). A ilha é tomada por jovens australianos que vão pra lá para passar o verão inteiro, então dá pra conhecer bastante gente…
De dia você tem duas opções: ou paga por uma pick-up que vai te levando em grupo às ilhas ou aluga seu próprio barquinho… nós optamos por alugar o nosso, para ficarmos livres, leves e soltas!
Já a Maya Bay, é algo fora do normal. É aquele paraíso que aparece no filme, sem tirar, nem pôr. Sentei na areia e olhei ao meu redor, sem acreditar no que estava vendo… de tão hipnotizadas pelo lugar, optamos pelo passeio mais caro de todo o mochilão: ser uma das poucas privilegiadas a passar a noite na praia.
Apenas 30 pessoas podem desfrutar desse pacote, que custou 100 dólares. Foi incrível tê-la só para nós do pôr ao nascer do sol. Ser o Di Caprio por 12 horas: fazer refeição em grupo na areia, nadar com os planctons no auge do êxtase e dormir olhando para as estrelas. E é irresistível não tirar a foto igual ao filme!
Depois foi a vez de partir para a praia de Railey, que é dividida em Ton Sai, Railey West e Railey East.
Ficamos em Ton Sai, mas dá para conhecer todas as outras partes da ilha a pé. Lá é quase uma grande vila hippie. Você dá a volta a pé em 10 minutos, não tem energia durante o dia e todo mundo que está sem rumo pela Ásia vai pra lá ficar uma semana e acaba ficando seis meses. Em um dia você já vira amiga da ilha inteira.
Vá para Ton Sai e se deixe esquecer! Sem pressão para fazer nada, só ficar na areia, fazer trilhas, observar os escaladores (é um dos maiores picos de escalada do mundo). Só fique atenta aos macacos querendo roubar a sua comida, hehe! Dá vontade de largar o mundo e morar lá!
É até pecado dizer isso, mas a ilha Ko Tao não é tão bonita quanto às outras. Mas a vibe de lá é o que faz todo mundo ir (e ficar!). O lugar também é o hotspot do mergulho! As águas não são cristalinas, mas por alguma razão é mais barato tirar a sua carteirinha lá do que em qualquer outro lugar. Você começa fazendo o módulo 1, se empolga e quando vê está na ilha há um tempão!
Lá é o destino perfeito para quem está viajando sozinho, porque a cada turma de mergulho, um novo grupo de amigos é formado. Alugue uma moto, desbrave a ilha e conheça pessoas (e peixes) do mundo todo…
Depois partimos para Chiang Mai, a versão “cidade de interior” de Bangkok. E lá tem muita coisa para se fazer: Dá para visitar templos, passar o dia com elefantes (♡), praticar seu tailandês (prefere italiano? tudo bem, tem também), aproveitar os retiros espirituais, centros de meditação, conhecer a cultura milenar da Sak Yan (tatuagem feita por monges) e claro, experimentar a culinária local (deliciosa e barata!). Não resisti e acabei fazendo um pouco de tudo!
Para quem está afim de curtir os elefantes, vale procurar acampamentos que resgatam os animais que foram maltratados e estão sendo cuidados. Você passa o dia com eles, dá comida, banho, aprende a se comunicar… uma delícia. Ah, nada daqueles passeios com cadeirinha nas costas deles, por favor!
Já a tatuagem foi outro ponto alto. Encontramos um point de monk talk (um lugar onde jovens monges se dispõem a conversar com você para praticar inglês) e um deles escrever um poema para a gente. Nós o tatuamos com bambu, uma técnica comum que não dói nada e cicatriza em dois dias. É, os orientais sabem de tudo mesmo!
Além das feiras, é claro que a boa é conhecer os templos. O mais famoso de todos por lá é o Wat Phra That Doi Suthep. Muito turístico, mas vale a pena. Mas novamente: vá bater perna, você topará com templos a todo instante. Menores, é verdade, mas com a mesma conexão com todos os deuses.
A última parada foi em Pai, a versão mais relax de Chiang Mai. O bom de lá é conhecer pessoas e fazer o que te der na telha. Suas maiores preocupações serão: onde jantar e de onde assistir ao pôr do sol. Mas fique tranquila, opções não faltam!
Uma pena que tenha passado tão rápido… 🙂
NÃO ESQUEÇA: a boa é sempre levar duas cangas na bolsa, uma para amarrar na cintura e a outra para cobrir os ombros (obrigatório para entrar nos templos). E beba muita, muita água. O calor é imenso e você desidrata uma hora depois de uma água de coco.
ONDE COMER: as melhores comidas muitas vezes se encontram nos “piores” restaurantes. Sem cara feia!
APROVEITE: o lado bom de carregar um mochilão é usá-lo como desculpa para curtir massagem tailandesa todos os dias.
FUJA: pule os roteiros prontos! As melhores partes das cidades são aquelas que você mesma irá descobrir.
CONTINUA…