Quem gosta de arte, histórias de amor, boa música e uma estética de tirar o fôlego, não pode deixar de assistir Cutie and the Boxer. A aclamada produção do diretor Zachary Heinzerling ainda é inédita no Brasil, mas já figura na lista de favoritos ao Oscar de melhor documentário esse ano. E é mesmo incrível e inspirador.
Play no trailer pra conferir:
Ushio é um action painter pugilista – ele pinta suas telas com luvas de boxe molhadas em tinta e faz movimentos de grande intensidade – que alcançou certa fama e prestígio quando tinha seus 20 e poucos anos.
E no meio dos holofotes de uma carreira que atraía curiosos (mas não lhe rendiam segurança financeira), ele conhece Noriko, estudante de artes vinte anos mais nova, também japonesa. Ela ajuda na construção das obras, mas também tenta vender seus próprios desenhos, com a personagem Cutie, baseada em sua própria história de vida.
Mas a arte não fica apenas como pano de fundo para contar sobre o romance do casal de artistas, que beiram a casa dos 80 anos e estão juntos há mais de quatro décadas.
A direção de fotografia, sem dúvida, merece destaque pelas imagens poéticas que conseguem combinar as lentes sensíveis de Heinzerling com as roupas antigas e desbotadas usadas pela dupla. Sem falar na trilha sonora por Yasuaki Shimizu, que consegue mesclar a beleza, melancolia e desordem, sentimentos que embalam e dão o ritmo da história.
Cutie and the boxer, não só mostra o dia a dia do casal que até hoje luta para sobreviver da arte, como também nos mostra a fragilidade dos relacionamentos.
Parece clichê, mas você se surpreenderá com o misto de emoções causados em 82 minutos, por sua leveza, simplicidade, inocência, generosidade e, em outros momentos, o desejo de individualidade.
O filme é sem dúvida uma ode ao amor. Ao outro.
E nós faz ver o amor a si próprio por uma outra perspectiva.
E aí, o que te faz feliz? 🙂