diálogos que inspiram

por Cantão

O publicitário potiguar Edu Araújo sempre andou por aí com a mente, os ouvidos e os olhos bem abertos. Quando se mudou para o Rio há 2 anos e meio, estava ávido para descobrir tudo sobre a cidade. Fã de frases soltas, sempre praticou o entreouvido em restaurantes, elevadores, na fila do supermercado, na praia…

Passou então a colecionar crônicas instantâneas em seus cadernos – até que teve a ideia de compartilhar as anotações das páginas reais com as telas do mundo virtual. Assim nasceu o Diálogos de Bolso: uma coletânea de conversas curtinhas, mas cheias de cor e inspiração.

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fotos por Derek Mangabeira

O projeto é colaborativo e todo mundo pode enviar um trecho daquela conversa que ouviu ou viveu. Como a própria descrição da página sugere: são trechos de uma vida editada. Pode ser a sua, pode ser a minha e pode ser a de ninguém.

Conversamos com o Edu para saber mais sobre o projeto, olha só:

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Conta pra gente: como tudo começou?

Nasci em Natal. Morei em Madrid pra fazer publicidade e lá fui picado pelo “bicho da metrópole”, sabe? Eu tenho uma queda por cidades ensolaradas. Logo depois que meu pai morreu, vim passar férias em outubro de 2011. Depois do primeiro mergulho no Arpoador eu pensei: é aqui! Em janeiro de 2012 a mala já tava pronta e cheguei cheio de sonhos. Fiz pós de Marketing Estratégico, me encantei pelas esquinas, pelo sol caindo nas árvores e pelo melhor meio de transporte: as pedras portuguesas. Fiquei!

E essa paixão por escrever, daonde surgiu?

Eu sempre gostei muito de escrever. Tive milhões de blogs e sempre escrevi em muitos cadernos. O amor pelas palavras eu herdei dos meus pais (professores de formação). Então vivi muita literatura dentro de casa, nos fins de semana amava ir pra livraria com meu pai… é bem por aí.

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Então quase que naturalmente você virou um flanêur moderno pelas ruas cariocas, não é?

Foi sim. Eu gosto muito de conversar. Puxo papo com todo mundo: o porteiro do prédio, o garçom do café, o moço da feira, um amigo de amigo que conheço… Sou geminiano e da tribo do abraço. E eu sou feito de histórias. Acho que todos nós, na verdade. Com o tempo fui percebendo que eu tinha quase que um ímã pra ouvir trechos inusitados, curiosos, bonitos quando eu andava.

Sério! Não sei o que acontece, outro dia tava no balcão de uma lanchonete e duas amigas travaram um diálogo sensacional! Na hora, puxei o celular e anotei no bloco de notas. Esse ano tava sentindo a necessidade de abrir os cadernos e compartilhar pro mundo tudo o que tinha ouvido por aí. E na verdade quero conhecer outras histórias também, por isso que é colaborativo e cada um pode enviar o seu.

E qual o diálogo que você mais gostou de ter ouvido? Consegue escolher um favorito?

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Esse eu ouvi e depois falei também. Acho o auge da maturidade. É bonito e verdadeiro. É pé no chão. É saber que o pra sempre não existe. Mas o enquanto dure pode ser maravilhoso…

Que a gente ouça e leia mais preciosidades dessas!
Pra se inspirar todos os dias, chega aqui. 🙂