Fe Moreira conversa com Ludmila Brandão

por Fernanda Moreira

Em meados de 2021, depois de ouvir de um casal de amigos sobre uma leitura surpreendente de tarô com a Lud, resolvi marcar uma sessão. Me lembro da generosidade e do cuidado com que as orientações eram postas, durante o atendimento. E me lembro de sair mais espelhada e mais consciente de mim mesma. Ludmila Brandão é atriz, taróloga e está à frente do “Na Floresta”, canal do Youtube que traz direcionamentos certeiros, mensais, para cada signo. Entendi que tarot é uma ferramenta de autoconhecimento e, nessa entrevista, conversamos sobre isso. Lê só. 

Existe alguma preparação sua para gravar os vídeos do canal? 

Antes dos vídeos, faço meditações, evoco energias de proteção e inspiração e começo a gravar. Eu sou a responsável por tudo – da logo às capas, dos vídeos às edições. Agora temos um ano e oito meses de jornada, estamos com pouco mais de cinquenta mil seguidores – o que também considero um bom alcance, para quem tem que conciliar esse projeto com a carreira artística, que finalmente volta a caminhar.

O que o tarot te ensina, enquanto ferramenta?

Que ainda há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Mesmo. Ele é um grande provocador – lança luz nos cantinhos mais escuros da consciência, tem um jeito belo e ao mesmo tempo agudíssimo de promover as mudanças e revoluções necessárias. Uma vez que a gente vê, não tem como “desver”. Ele também me ensina a amar cada vez mais os seres humanos. Ele é um grande arquiteto de conversas mágicas, de catarses e epifanias, onde é possível cultivar mais empatia por cada ser, independente das diferenças. É um trabalho árduo, especialmente quando atendo online às pessoas. Requer muita energia e consciência, é muita responsabilidade. Mas o saldo é incrível: eu percebo como é um trabalho de amparo, de resgate. Ainda na pandemia eu já tinha um fluxo imenso de atendimentos, escutava horas por dia as crises das pessoas e me sentia numa espécie de bunker, fazendo um certo trabalho missionário mesmo.

E no que ele te motiva? 

Me motiva muito levar às pessoas a esperança de mudança, ferramentas de revolução, de libertação de velhas crenças que nos aprisionam aa sistemas já falidos e extremamente opressores. E justamente esse trabalho me faz entender que independente de origens, crenças e classes, estamos aqui, nessa matrix, vulneráveis a crises e podemos nos unir em compreensão, respeito e empatia. Entendo a humanidade como um conglomerado de átomos/partículas divinas em busca de amor e de luz.

As leituras podem mudar, dependendo do momento da pessoa?

Excelente pergunta! Sempre falo isso: o tarot é um grande provocador. Ele mostra as tendências da jornada que estamos seguindo, sendo muito possível alterar o resultado do ciclo. Já vivi isso na pele e posso afirmar. Fora que ele reflete imensamente nosso estado energético e psíquico: sempre alerto para quem está com quadros de ansiedade que é possível que o tarot mostre cartas pavorosas, justamente por estar refletindo o estado psíquico do momento. O contrário também bem que pode acontecer: podemos ter jogos incríveis, mas se por algum motivo caímos em dúvidas, acabamos manifestando a dúvida, a polaridade negativa. Tudo é vibração, afinal. E tudo está em constante mutação também. Aprender a girar com serenidade junto à Roda da vida é um grande mistério. Mas estamos aqui pra isso. Acredito em nosso poder de co-criação do que chamamos de realidade.

Falando nisso, o que as cartas nos contam sobre esse – quase – finalzinho de 2022? Ainda não fiz esse formato de jogo anual, sem direcionar para energias específicas. Mas torço por grandes, positivas e deslumbrantes (r)evoluções. 

Eu também torço por isso, Lud! 😉