Nathalie Edenburg: conheça a artista multipontencial

por Cantão

A mineira de Juiz de Fora e radicada em São Paulo prova que é possível viver muitas vidas em apenas 28 anos de idade. A modelo, artista plástica, designer e um dos rostos da coleção Olhar do Artista começou sua trajetória profissional aos 14 nas principais capitais do mundo da moda: Tókio, Londres, Paris e Nova York, onde se estabeleceu por 5 anos.

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Apaixonada desde sempre pelo universo da arte, Nathalie Edenburg cresceu em meio aos croquis da mãe, a ex-modelo e designer Patricia Teixeira. Mas foi somente em 2014 que resolveu dar vida a toda sua criativdade e potência artística: “em 2015 produzi a série How Do I Feel Today, em 2016 fundei o meu projeto social. Hoje divido o meu tempo entre a moda, a arte, minha marca de joias e o projeto com as crianças”. Durante 365 dias do ano a artista produziu uma  interferência em forma de pintura sobre um mesmo retrato seu, mostrando como se sentia naqueles momentos.  Suas obras foram expostas no São Paulo Fashion Week e na galeria Luís Maluf e por meio do dinheiro das vendas ela conseguiu criar o projeto beneficente. 

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How Do I Feel Today Project foi criado com o intuito de incentivar a prática da arte atuando como uma ferramenta para a fomentação de ações sociais que promovem um autoquestionamento através de oficinas de arte com crianças carentes. Eu acredito que a arte pode ser usada como terapia e autoexpressão. O incentivo a criatividade ajuda as mentes jovens a pensarem de forma inovadora. Cada criança tem talentos e habilidades únicos, nós queremos ajudar essas crianças a entrarem em contato com elas mesmas e encontrar seu talento interior”, conta Nathalie.

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Como se não bastasse tudo isso, Nathalie também se tornou designer de jóias ao criar a marca minimalista que leva o seu nome, a nathalieedenburg, onde desenha miniesculturas minimalistas tendo a forma feminina como inspiração. 

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E como boa criativa e multifacetada que é, a artista não pareou por aí: seu último desafio  foi  pintar uma obra (um painel de 10m por 5m) para o projeto Drive Thru Art, a primeira exposição em formato drive thru do mundo, formada só por artistas brasileiros.

Hoje ela conta pra a gente um pouco da sua trajetória, vivências, projetos e a experiência de fazer arte em meio à pandemia. 

Você é modelo, artista e designer. Ou seja: a arte permeia a maior parte da sua vida. Você sempre soube que trabalharia com arte ou foi algo que surgiu e você resolveu seguir?

Eu sempre me interessei por arte desde pequena, nunca imaginei que viria a ser artista, designer ou trabalhar com a minha criatividade. Na verdade eu pensava que iria trabalhar na area da saúde, medicina alternativa e naturologia. Tudo foi acontecendo de uma forma bem orgânica, eu fui me descobrindo e me aceitando como artista aos poucos. Foi um processo. Mas acho que o ponto marcante para mim foi a exposição do projeto How Do I Feel Today na Bienal de Sao Paulo durante o Sao Paulo Fashion Week. Depois disso as pessoas começaram a me ver não só como modelo, mas como modelo e artista.

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 A arte é forma de expressão e traz um pouco das vivências de quem a cria. O que as suas obras têm de você?

Com certeza, a arte é uma grande ferramenta de expressão. Cada traço pode dizer muito sobre a nossa personalidade. Acho que através do meu trabalho é nítido reconhecer o meu lado feminino, tento trazer também um pouco na minha vivência como modelo, pelo fato de ter sempre trabalhado com a minha imagem, gosto da ideia de explorar a desconstrução da própria.

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Todo esse contexto da pandemia nos fez olhar pra dentro, entender processos e desacelerar. Qual foi o impacto desse novo cenário para você e para o seu trabalho?

A quarentena teve, de certa forma, um impacto positivo no meu trabalho artístico. A pintura para mim exige com que eu tenha um momento de introspeção e eu não estava dando conta o quanto é necessário e importante este momento para a minha rotina. Eu posso dizer que tive dias muito mais produtivos na quarentena do que quando eu estava na correria da vida antes da pandemia. Claro que também tudo o que tem acontecido com o mundo nos faz repensar e reavaliar nossos valores e prioridades. Mas acredito que com o tempo e através de todo este aprendizado nos encontraremos em um mundo melhor e mais consciente.

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Qual foi a sua principal dificuldade para criar durante esses tempos de isolamento? E suas inspirações?

Na pintura, como disse na resposta anterior, os impactos foram somente positivos. Mas por outro lado na moda, o mundo parou. Foi necessário pausar a minha marca de joias que está bem no começo, pois a fábrica deixou de produzir, a oficina que eu estava usando para fazer meus experimentos e criações de joias também teve suas portas fechadas.  Mas também aproveitei este tempo para desenhar novas peças, mesmo que eu não conseguia materializa-las, pude desenvolver o lado criativo e agora tenho vários desenhos de peças novas para produzir.

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A representação do feminino está em tudo o que você cria. Desde quando decidiu que seria assim?

Houve algum processo seu que desencadeou a criação? Foi algo muito natural, não sei exatamente explicar o porque de pintar apenas formas femininas, está muito ligado ao meu inconsciente. Minha mãe cursou faculdade de moda e me lembro de ver ela desenhando os croquis e modelos de corpo, eu ficava fascinada. Desde que comecei a pintar, mesmo muito antes de trabalhar com isso, eu sempre pintei mulheres***

É apaixonada pelo universo da arte e tá sempre buscando novas referências? Não deixe de seguir e acompanhar o trabalho de Nathalie Edenburg, que mostra que o céu é o limite quando se tem talento de sobra e vontade de fazer acontecer.