Beatriz estuda editoração na Universidade de Buenos Aires e, nas horas vagas, se dedica a poesia e rabiscos. Conversamos com a artista sobre seu processo criativo, referências e inspirações.
Não foi exatamente uma escolha, Eu sempre tive como meio de expressão tanto a escrita quanto desenho, fotografia. Colagem apareceu num momento difícil em que eu precisava muito me concentrar em alguma coisa, aí fiz um curso de colagem com o Nino Cais. Foi a partir daí que não parei mais e acabou sendo como a descoberta do que realmente flui para mim nesse campo. De lá pra cá meu estilo e suportes preferidos já mudaram muito, muito mesmo, mas o caminho tá sempre atravessado pelo corte, recorte, colar, mexer, intervenção, mistura de linguagens.
Quando os trabalhos são em parceria eu já tenho uma certa fórmula que uso sempre. Por exemplo: lista de temas que serão abordados, criar banco de imagens de referência, imagens que trazem algo do que eu quero e do que a parceria quer. Mas tudo isso precisa estar dialogando com todo um arsenal de coisas que extrapola meu trabalho: os desejos de toda a equipe, o público etc. Acho que a diferença mais importante é ter que combinar o meu trabalho com a expectativa do parceiro. São necessárias concessões de ambas partes. Outra coisa é que um trabalho autoral, justamente, é muito mais íntimo. Então, para mim, requer outras condições e surge de lugares e vai para lugares (subjetivos) diferentes dos que vem quando trabalho para alguma publicação.
O Nino Cais, com certeza, já que foi lá que tudo aconteceu. Depois tem artistas como Gertrudis Goldschmidt, Chirs Engman. E ilustradores que conheci recentemente como Aimee Ferreira (que ilustrou textos meus).