Mesmo depois de muita pesquisa e leitura, fui surpreendida diversas vezes durante as semanas em que estive no Japão. O país mistura tradições milenares com a mais alta tecnologia de uma forma mágica e por todos os lados é possível perceber que estamos em um lugar que faz questão de preservar suas memórias e cultivar sua riqueza natural.
Ao andar por ruas de bairros super movimentados de Tóquio sequer encontrei calçadas em muito deles. O espaço do pedestre é delimitado por uma linha pintada no asfalto, como as ciclofaixas. E no trânsito nada de caos! A maioria dos japoneses usa bicicletas e o eficiente transporte público como meio de locomoção, então as ruas são bastante tranquilas. Isso sem falar da educação e prudência que eles têm no trânsito.
A poucos passos de uma via cheia de arranha-céus e letreiros luminosos coloridos, não é difícil encontrar ruazinhas arborizadas, repletas de canteiros e cercadas por patrimônios históricos. O Japão surpreende a cada esquina, literalmente.
Em uma área central de Tóquio, a poucos quilômetros das regiões mais movimentadas da cidade, está o Parque Ueno, que abriga cerca de 10 mil árvores, incluindo as cerejeiras, que na primavera deixam o parque ainda mais colorido e atraem milhares de turistas. Se não conseguir pegar o período de florada, não tem problema. Dentro do parque há diversos museus, santuários e templos para visitar. Tem que ir com tempo e disposição para conhecer tudo.
Ao sul de Tóquio, caminhando pela simpática Nara, além de encontrarmos lindos parques e jardins, esbarramos o tempo inteiro com cervos que correm livremente entre os visitantes. Os bichinhos são marca registrada da cidade e dão ainda mais encanto à região cheia de templos milenares. Parece coisa de cinema!
Outro lugar digno de estar nas telonas é a floresta de bambu do templo Tenryu-ji, em Arashiyama. Ao longo do silencioso bosque, hastes gigantescas de bambu se encontram formando um grande túnel. Quando o vento sopra, elas batem suavemente umas nas outras e produzem um som, no mínimo, relaxante. A floresta fica no alto de montanhas que desvendam séculos de patrimônio japonês. O Tenryu-ji, construído no século XIV, tem um dos jardins zens mais importantes do Japão!
Arashiyama é um distrito de Kyoto e fica dez quilômetros a oeste do centro da cidade, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade. São mais de mil anos de história contados através de dezenas de templos e santuários.
Um dos templos mais famosos de Kyoto é o Fushimi Inari, um clássico dos cartões postais do Japão. São milhares e milhares de toriis, os famosos portões vermelhos, enfileirados por uma montanha de 233 metros. Suas construções mais antigas remontam ao ano 711.
O Kinkaku-ji, templo de ouro de Kyoto, também é figurinha conhecida do Japão. Construído em 1937 e recuperado diversas vezes depois de ataques ocorridos durante o período de guerra, o templo abriga o famoso pavilhão dourado, que guarda relíquias de Buda. A construção é refletida em um lindo lago que a rodeia e a sua volta há um jardim super bem cuidado, cheio das típicas árvores fofas japonesas.
Subindo as montanhas e seguindo para o interior do Japão, somos ainda mais surpreendidos. A fofura de cidades como Shirakawa-go, sobre a qual eu escrevi em post anterior a esse, faz qualquer um voltar no tempo e se sentir séculos no passado. A aldeia é conhecida por suas típicas casas centenárias com telhado de palha de arroz em formato triangular, que deram à região o título de Patrimônio Cultural Mundial.
Impossível não se apaixonar e ficar fascinado pela arte do #ViverBem nipônico. Um povo que precisa se reconstruir todo o tempo, mas jamais esquece as suas raízes e faz questão de preservar a sua riqueza cultural, histórica e natural é digno de toda a nossa admiração!