pastel com sabor de infância

por Cantão

Tem uns livros que caem como uma luva em certos momentos, né? Foi assim comigo e “Nu, de Botas” do Antonio Prata. Estava eu lá meio jururu, passando por uma situação familiar dessas que parecem um harumaki de stress enrolado em nervosismo com recheio de peloamordedeus, quando lindo e despretensioso esse livro chegou na minha casa e me ajudou a respirar mais leve.

Crônicas parecem fáceis de escrever, mas são daqueles textos capciosos, onde você tem que ter a mão na medida certa, e, vou te contar, que esse tal de Prata tem, e tem para dar e vender. Não teve um só capítulo desse livro que não fosse cheio de humor e inteligência. Eu, sentada no banco do hospital rindo parecia impossível, mas foi exatamente o que aconteceu porque quem ler essas páginas e não se lembrar da sua infância é de outro planeta. É sempre bom ser criança de novo um pouquinho, especialmente em alguns momentos.

Cada texto de Prata aborda um episódio de sua infância: como eram as viagens de carro para a casa dos avós, as competições por popularidade de pré-escolar, aquela inabilidade total de lidar com o primeiro crush correspondido, a completa falta de tato que só existe quando você ainda não tem nenhuma maldade e muito mais. Dou um prêmio para quem ler “Mau menino” com cara séria até o final. Enfim, “Nu, de Botas” é um desses livros que eu vou levar comigo e que vou ser a chata falando: “você já leu esse? Você tem que ler!” para pessoas que não me conhecem na rua. Ou na internet.

É claro que a receita do Nu, de Botas tinha que ter aquele quê de nostalgia, né? Eu, conversando com meu marido sobre o livro, contei para ele alguns episódios da minha infância, inclusive como quando eu era pequena eu chegava da escola, jogava minha mochila em cima do banco da cozinha e prontamente me sentava na bancada e tagarelava sem parar enquanto a Cidoca preparava o almoço. Eu amava quando tinha pastel! Primeiro porque pastel é uma delícia e segundo porque eu adorava que a Cida deixava eu fechar alguns deles com a pontinha do garfo e eu achava aquilo o máximo dos máximos. Então vocês já sabem, a receita de hoje tem esse gostinho de memória. E quem nunca apertou massa de pastel com a pontinha do garfo vai descobrir os simples prazeres da vida (porque eu, até hoje, acho o máximo)! Anote a receita do pastel de banana da Cidoca (rende de 4 a 5 pastéis):

post-antonioprata-02

Você vai precisar de:

2 bananas nanicas
150g de mussarela
1/2 colher de sopa de açúcar mascavo
1/2 colher de chá de canela em pó
8 folhas de massa para pastel
óleo de girassol

Como fazer:

Corte as banana em rodelas e as fatias de queijo na metade e faça rolinhos de queijo com banana que caibam no meio da massa do pastel sem encostar nas bordas. Em uma tigela, misture o açúcar e a canela. Não precisa ser muito, é só para polvilhar por cima depois e dar aquele gostinho de sobremesa. Divida o recheio nas massas de pastel e feche com um garfo. Frite em óleo quente e escorra em papel sobre papel toalha. Polvilhe com a mistura de açúcar e canela e sirva quentinho.

Feliz Dia do Livro! 😉