Não vi o Papa nem vaiei a cidade, mas, definitivamente, fui a Roma. E adorei. Por ano, mais de 6 milhões de pessoas visitam a capital da Itália e, claro, não seria eu que deixaria de conferir o que Roma tem.
Gostei do que vi, vivi e comi. A cidade é uma mistura deliciosa de história, calor humano e deleite gastronômico.
A convivência calorosa com os nossos irmãos de latinidade é um plus que dá o toque especial à viagem. Os romanos são muito abertos, simpáticos e prestativos; alguns preservam aquela rabugice caricata, sem jamais perder o encanto latino. A abundância gestual, o jeito como nos recebem e nos acolhem e até o volume de voz – alguns decibéis acima do que estamos acostumados – nos fazem sentir a alma italiana logo nos primeiros minutos em que se pisa por lá. Fica fácil se sentir em casa.
Roma tem cheiro de pão fresquinho saindo do forno, do bolo da vó no almoço de domingo. As deliciosas massas com molhos fresquinhos, as pizzas com bordas crocantes e aeradas, as caminhadas regadas a gelatos refrescantes e saborosíssimos… Bom, acho melhor parar por aqui para não deixar ninguém passando vontade.
O ditado original diz que quem tem boca vaia Roma, mas – além de não ter nenhum motivo para vaiar – a minha estava muito cheia para isso.
E não é só pelo estômago que Roma nos pega de jeito. A antiga sede do vastíssimo império romano tem inúmeros atrativos que alimentam a alma. Além de colírios para os olhos, seus pontos turísticos são uma rica viagem pela história da humanidade. E quanta história Roma tem para contar!
O Coliseu, sempre lotado de turistas, nos leva a tempos remotos, onde gladiadores, leões e bigas se digladiavam para o delírio da plateia. Estar em um lugar como esse, um símbolo da Roma Imperial e um dos pontos turísticos mais famosos do mundo é algo inexplicável!
Saindo do Coliseu, continuamos o passeio histórico pelo Foro Romano, onde é possível entrar com o mesmo ingresso do Coliseu. As ruínas das antigas construções que centralizavam a vida pública romana são de arrepiar.
Não dá para dizer que é fácil percorrer todo o foro porque o espaço fica em uma enorme área aberta, mas é totalmente possível passar horas andando pelo lugar sem ficar entediado.
É simplesmente incrível passear pela Via Sacra e imaginar que Julio Cesar caminhava por ali há mais de 2 mil anos!
Como nem tudo é ruína, há sempre os castelos que permanecem de pé, fincando seus pés no passado, presente e futuro. O Castelo Santo Ângelo é, sem dúvida, um dos pontos mais belos de Roma e durante séculos seguiu se reinventando.
Foi construído para ser um túmulo, virou uma espécie de forte militar, se transformou em prisão até virar um museu e compartilhar seus milhares de anos de história. Como se não bastasse ser cheio de conteúdo, ele ainda nos brinda com uma bela vista para o Rio Tibre.
O Castelo Santo Ângelo fica próximo ao Vaticano, um país que fica dentro de uma cidade, veja só. Roma é realmente mágica! Não preciso nem dizer que a sede da Igreja Católica vive abarrotada de turistas, né? Como havia uma fila tão grande para entrar que eu nem conseguia entender onde era o início, meio e fim, resolvi ficar só do lado de fora, mesmo. E já valeu a pena!
No Pantheon a história foi diferente. O templo, famoso por ter a maior cúpula do mundo sem sustentação e pelas suas oito colunas de granito, costuma ser bastante disputado, mas não tivemos dificuldade para entrar nele. O monumento mais bem conservado da arquitetura romana, que permanece inteiro depois de 2 mil anos, foi construído como um templo de adoração dos deuses e se transformou em uma igreja católica.
Uma semana em Roma vale muito mais do que anos e anos em uma sala de aula! Depois de tanta riqueza que a cidade me deu, só restou ir até a Fontana di Trevi e fazer dois pedidos: guardar para sempre os dias em que estive por lá na memória e voltar muitas vezes mais àquele lugar incrível. Pluft!