crepe a la Rouxinol

por Cantão

Existem alguns livros que são aclamados por público e crítica, mas nem sempre eles merecem, não é? Mas o best-seller “O Rouxinol” da Kristin Hannah tem, de fato, merecimento.

O livro se passa na Segunda Guerra mundial, bem no momento que a França entra na guerra contra os nazistas, e conta a história de duas irmãs: Vianne, uma dona de casa casada que mora em uma pequena cidade no interior da França com seu marido e filha, e Isabelle, uma jovem impetuosa que foi expulsa de diversos colégios internos. As duas irmãs têm um relacionamento complicado entre si, pois tem personalidades opostas, e ainda pior com o pai, Julien, que não soube lidar com as filhas após a morte da esposa.

No começo da ocupação de Paris pelos alemães, Julien manda Isabelle para morar com a irmã que esta mais “segura”no interior. A moça passa por verdadeira saga até chegar lá, sendo que no meio do caminho, conhece Gaeton, um membro da Resistência Francesa. A presença pulsante de Isabelle na pacata vida de Vianne se torna ainda mais perigosa quando um capitão nazista decide se aquartelar na casa delas. Inesperadamente, o capitão se mostra um homem gentil e ele e Vianne estabelecem uma tênue trégua dentro da casa, especialmente depois que Isabelle parte para se juntar à resistência. O livro é narrado por uma das irmãs, mas até o final do história não se sabe qual das duas.

O que eu gostei no livro foi a tremenda ambientação que Hannah criou: para quem já foi à França, é fácil imaginar o vilarejo de Carriveau, suas ruas pitorescas, a propriedade bucólica de Vianne com sua horta, o que torna tudo terrível quando tudo sofre com a chegada dos alemães, assim como é terrível imaginar Paris destruída, os museus saqueados, as pessoas lutando para sobreviver, mas eu senti que entendia, pelo menos um pouquinho, das circunstâncias, por causa da vívida descrição da autora. Outra coisa que achei interessante é ver a guerra através da ótima feminina, como cada uma das irmãs usa suas armas e lida com suas deficiências em tempos tão duros, e fiquei admirada das corajosas mulheres que realmente lutaram na resistência contra os alemães. Confesso que no começo, achei o passo da narrativa um pouco lento, mas no final não conseguia mais parar de ler.

Por ser um livro que se passa na França, obviamente se fala bastante em comida. Vianne vive dando um jeito dela e Sophie, sua filha, não passarem fome, mesmo com as diminutas porções de comida que conseguiam arrumar. Mas quando eu pensei em uma receita que combinasse com o livro, queria uma que misturasse o doce e o salgado, as diferenças entre as duas irmãs, e queria que fosse bem francesa, mas que não fosse complicada de executar. Depois de um tempo pensando cheguei na resposta: crepe de brie com mel e amêndoas!

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Para a massa, você vai precisar de:

1 ovo
1 xícara de farinha de trigo
1 1/2 xícara de leite
2 colheres de sopa de óleo
1/2 colher de chá de sal

No liquidificador, bata todos os ingredientes. Certifique-se de que não ficou farinha de trigo grudada na parede do copo do liquidificador.
Unte com manteiga uma frigideira antiaderente. Leve ao fogo médio. Quando esquentar, coloque uma concha de massa e faça um movimento circular para que todo o fundo seja coberto. Com uma espátula, levante a pontinha da crepe para ver se está dourada. Quando estiver, vire de lado e deixe dourar o outro lado. Retire a panqueca da frigideira e coloque-a num prato. Repita esta operação até acabar a massa.

Para o recheio, você vai precisar de:

180g de queijo brie
1/2 xícara de amêndoas torradas e fatiadas rusticamente
mel a gosto

Em um frigideira em fogo baixo, derreta o brie. Quando estiver mole mas não totalmente líquido, corte em três pedaços e coloque cada um no canto da quarta parte de uma massa já pronta. A seguir, regue com mel o queijo, mas não coloque demais pois você irá dobrar a massa. E por fim jogue um punhado de amêndoas torradas.
Dobre a massa em quatro, formando um pequeno leque. jogue por cima mais algumas amêndoas e está pronto para servir! 🙂