Levei alguns livros comigo para viajar, dentre eles estava “O circo mecânico Tresaulti”, da Genevieve Valentine, pela editora Darkside. Confesso que esse livro eu comprei pela edição primorosa: capa dura linda e ilustrações caprichadas, num design de encher os olhos. Logo, comecei a leitura sem muitas expectativas, o que tornou o livro uma boa surpresa.
A história se passa em um mundo pós-apocalíptico, onde o conhecimento tecnológico foi devastado pela guerra. Nesse cenário desolado, um circo, repleto de pessoas mecânicas, tenta levar esperança para as cidades por onde passam. O circo é comandado por Boss, uma mulher de personalidade forte, e assombrado pelas vidas anteriores dos que viveram e ainda vivem na atração (quando eu digo assombrado, não digo literalmente, mas sim metaforicamente, ok?).
O circo e Boss são tanto um trabalho como um refúgio, e as pessoas que ali estão sabem disso sem que nada precise ser dito a respeito. A história é contada de maneira fragmentada, alternando narradores com frequência e sem muita explicação, o quê gera uma certa estranheza no começo. Depois, Little George, o assistente de Boss e um dos poucos que não são mecanicamente alterados, se torna a voz principal, o que facilita o desenrolar da trama.
A autora usa os personagens do livro para questionar em nós justamente aquilo que, teoricamente, falta neles: nossa humanidade. O quê nos torna humanos? Quando abrimos mão da nossa humanidade (por ganância, medo, ambição), no que nos transformamos? Ser humano não é simplesmente possuir um corpo mamífero e polegares opositores, mas sim a habilidade de viver em comunidade, sonhar e compartilhar. Sozinho, o homem não evolui. Sozinhos, sem arte, amor, compaixão, somos infelizes. Enfim, foi nisso que esse livro me fez pensar. Nisso e nas noites que eu ia ao circo quando era criança. Confesso que não gosto muito de palhaços, mas adoro algodão doce, pipoca e maçã do amor. Foi inspirada nessa última nossa receita de hoje: crumble de maçã com calda de caramelo (serve 6 pessoas).
Você vai precisar de:
Para o crumble:
1 1/2 xícara de aveia em flocos finos
100g de manteiga
1 colher de sopa de farinha de trigo
2 colheres de sopa de açúcar mascavo
1/2 xícara de uvas passas
2 colheres de sopa de nozes picadas
4 maçãs fuji ou maçãs verdes
caldo de 1 limão
1 colher de sopa de manteiga para untar
Para a calda:
1 xícara de chá de açúcar
1/2 xícara de chá de água
200g de creme de leite
Como fazer:
Preaqueça o forno a 180°C (temperatura média). Numa panelinha ou no microondas, derreta a manteiga. Numa tigela, misture a aveia, a farinha de trigo, o açúcar mascavo, as uvas- passas e as nozes. Junte a manteiga derretida e misture com as mãos até formar uma farofa. Reserve.
Descasque e retire as sementes das maçãs, dividindo em duas metades no sentido do comprimento. Corte as metades em fatias, formando meias-luas. Conforme for cortando as maçãs, transfira para um prato fundo com o caldo do limão e molhe os dois lados de cada fatia(isso evitará que oxidem e escureçam). Unte uma fôrma refratária com manteiga e vá sobrepondo as fatias, todas no mesmo sentido, de modo a formar uma escama. Espalhe a farofa sobre as maçãs e aperte delicadamente. Cubra com papel-alumínio e leve ao forno por 10 minutos.
Enquanto isso, numa panela, junte o açúcar com a água e misture com o dedo indicador, até dissolver. Cuide para o açúcar não grudar nas laterais da panela. Leve ao fogo médio e deixe cozinhar, sem mexer, por cerca de 10 minutos, até que fique com uma coloração âmbar. Desligue o fogo e, com cuidado para não se queimar, junte o creme de leite. Mexa vigorosamente com um batedor de arame.
Retire o papel-alumínio e deixe assar por mais 5 minutos ou até que a crosta de aveia esteja dourada. Despeje cuidadosamente o caramelo sobre o crumble e sirva em seguida.
Fica uma delícia com sorvete de creme 😉