Renata Miwa é ilustradora e artista plástica. Depois de alguns anos trabalhando como designer em agências publicitárias e na Editora Abril, Miwa decidiu tentar o trabalho autoral, criando peças de cerâmica, zines e experimentos diversos. Em paralelo, Miwa também faz ilustrações editoriais.
Na entrevista abaixo, ela divide um pouco sobre seu processo criativo e também sobre o desafio de ser uma artista independente no Brasil.
Ao criar cerâmicas e ilustrações, quais são suas principais inspirações e referências?
Inspirações para minhas ideias são tudo que eu vivo: um cheiro, um filme, um livro, uma música, as relações entre pessoas, minha relação com meus amigos, amores, desamores. Agora inspirações de artistas são vários. Vários mesmo. Mas meus favoritos são: Anke Weckmann, Gemma Corell, Julia Pott, Nathalie Choux, BDDW, Lucille Michieli, Lindsey Hampton, Barbara Malagoli e Paola Saliby. Os processos de criação de ilustração e cerâmica são diferentes, mas as inspirações para ambos são as mesmas pra mim.
Como foi a decisão de deixar o trabalho como designer para se dedicar ao trabalho autoral?
Desde que saí da faculdade, já tinha planos de morar fora. Juntei uma grana por uns dois anos, pedi as contas e fui pra Nova York em setembro de 2013. Não tinha decidido qual seria o futuro da minha carreira, mas eu já desenhava na época e estava sendo muito mais feliz rabiscando do que sendo designer. Os seis meses lá foram super importantes pra eu fazer esse balanço do que eu realmente queria fazer. Tomei coragem e resolvi ter meu próprio estúdio.
Ver que seguir a profissão de ilustradora autoral era possível me ajudou a tomar essa decisão também. Tive que recomeçar quase do zero, conhecer novos contatos, me dedicar a aprender uma nova profissão. Não foi fácil e não é fácil até hoje, mas ninguém disse que seria. Ser dona do próprio negócio é um trabalho árduo.
Quando resolvi ser ilustradora autoral achei que teria que só que criar e pronto, mas não, tenho que fazer tudo: cuidar do dinheiro que entra e sai, cuidar das redes sociais, fazer os corres com gráficas, ser vendedora nas feiras, carregar materiais pesados de um lado pro outro, ser minha própria agente, fazer reuniões e ainda ter tempo pra ser criativa. Mas não reclamo, não. Trabalho uma média de 10h por dia e nos finais de semana, mas estou bem feliz assim.
Quais são seus planos profissionais para 2016?
Neste ano, quero focar bastante no estúdio. Ele vai mudar de endereço físico e a loja online vai ficar mais bonitinha com novos produtos como cerâmicas, pôsteres, zines e livros. Vou participar mais das feiras que rolam em São Paulo – e espero que pelo Brasil também. Além disso, vai rolar um projeto onde quero dar workshops e palestras.