Trazer o universo dos livros para a cozinha. Que tal? Essa é a ideia do Cozinha Literária, que agora é a nova coluna do blog Viver Bem! E a receita de estreia é de uma série que tem atraído fãs por todo o mundo.
Se você não está vivendo em uma caverna isolado do mundo, com certeza já ouviu falar desta obra. “As crônicas do gelo e do fogo” de George R. R. Martin, que se transformaram em “Game of Thrones” (título do primeiro livro) da HBO, deve ser a série, tanto literária quanto televisiva, de maior bafafá dos últimos tempos.
Eu li os primeiros quatro livros um pouco antes da HBO transformá-los em série. E, confesso, fiquei viciada. “As crônicas do gelo e do fogo” é uma saga de fantasia, mas o pano de fundo lembra bastante nossa época medieval.
Quando li o primeiro livro, fiquei chocada com os personagens e com a construção do mundo que o autor conseguiu realizar: Westeros é tão bem descrito, suas tradições, passado e conflitos, são delineados de forma tão detalhada e complexa que é quase inacreditável. E essa sensação de perplexidade com o trabalho do autor só fez aumentar com cada livro. Se você quer sair do seu dia-a-dia normal e fugir para uma terra distante, essa série é para você.
Só tome cuidado e não se afeiçoe muito a nenhum personagem, ninguém está a salvo nas mãos impiedosas de George R. R. Martin, como descobrimos logo no primeiro livro. Nos livros acompanhamos a trajetória de vários personagens, da família Stark (os mocinhos), Lannister (vilões), Tyrell (oportunistas), Baratheon (doidos), Greyjoy (mais doidos), Arryn (bizarramente doidos), Tully (pasmaceira), Martell (sensualizantes) e Targaryen (dragões!), na disputa por quem governará os sete reinos e sentará no trono de ferro de Westeros.
No início, Robert Baratheon, o rei, casado com Cersei Lannister, a rainha má, vão até Winterfell, aonde vivem os Stark, para que Robert convença seu amigo de infância Ned Stark a ser a Mão do Rei, uma posição invejável na política dos Sete Reinos. Baratheon também tem a intenção de unir a sua linhagem com a dos Stark, casando seu filho e herdeiro Joffrey com Sansa, a filha mais velha dos Stark. Depois de Robert insistir, os Stark se mudam para a capital e aí começam todos os problemas.
Esses livros são muito difíceis de comentar rapidinho, porque simplesmente eles são enormes. Cada livro tem pelo menos 600 páginas (tá, o primeiro tem 592!) e a história se desenrola em vários cenários diferentes, com tantos personagens entrando e saindo que eu me surpreendo de Martin ainda não ter se internado em um sanatório. Então vou resumir o que vocês precisam saber:
Jon Snow é um gatinho mas não sabe de nada. Tyrion Lannister comprova que os melhores perfumes estão mesmo nos menores frascos. Jaime Lannister confirma que os brutos também amam. A família Stark constantemente perde a cabeça. Daenerys Targaryen é o cara, ou melhor, a Khaleesi. E Melisandre precisa de uma recepção melhor com as suas chamas.
Tudo bem, não falei tudo que você precisa saber. Mas deixei você curiosa, certo? Porque para ler mais de três mil páginas, às vezes é preciso um incentivo! Enfim, leia, vale a pena o esforço. Não vale roubar e só ver a série, porque rolam diferenças entre um e outro. E se você começar agora talvez consiga ler tudo antes da próxima temporada.
A receita de hoje é inspirada na fome de matança de George e sua caneta sanguinária. Por causa do Casamento Vermelho, um episódio marcante da saga, pensei logo em um gazpacho! Serve de três a quatro pessoas.
Você vai precisar de:
4 a 5 tomates grandes
3/4 de pepino
1 pimentão verde pequeno
4 dentes de alho
3 pães franceses amanhecidos
sal e azeite a gosto
Como fazer:
Tire os miolos dos pães e coloque em uma cumbuca com 100ml de água. Jogue fora a casca.
Depois, faça um pequeno corte com a ponta da faca na parte dos tomates. Ferva uma leiteira inteira de água. Coloque os tomates em uma vasilha funda e jogue a água fervente sobre eles. Deixe por um minutos os tomates submersos na água quente e depois escorra e separe. Tire as sementes do pimentão e pique grosseiramente. Reserve.
Descasque o pepino o alho e corte grosseiramente. Reserve. Tire a casca dos tomates. Vai sair super fácil por causa da escaldada anterior. Corte-os de qualquer jeito. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até ficar homogêneo. Tempere com sal e azeite. Pode servir de entradinha com um pouco de manjericão.
Meu gazpacho não ficou vermelho como o sangue, igual eu imaginei. Ops! Mas o que importa é a intenção, certo? Modéstia à parte, ficou uma delícia! 🙂