A gente adora aplicar um corretivo aqui, um blush ali… mas se tem uma coisa que ninguém gosta é exagerar nos produtos químicos e prejudicar não só a saúde, como os animais e o meio ambiente.
Uma solução consciente para conciliar o nosso gosto por produtos de beleza e amor pela natureza é o slow beauty. Já ouviu falar?
A proposta desta nova filosofia de vida é desacelerar o consumo excessivo dos cosméticos com fórmulas carregadas de química. Afinal, por quê não apostar nas receitas de beleza naturais?
Foi durante um mochilão que a jornalista Juliana Nabuco e seu marido Marcello tiveram essa mesma perceção. O casal visitou comunidades nativas por toda a América Latina, e da convivência com os índios, se inspiraram com sua sabedoria e sua conexão com a natureza — verdadeira chave para viver melhor.
Ao retornar ao Brasil, Juliana ficou imersa nos estudos e aprendeu a fazer sabonetes, criar aromas e desenvolver banhos de cheiro e manteigas hidratantes. Assim nasceu a marca Nii, uma linha de produtos artesanais aromaterapêuticos – e todos 100% naturais, ela garante.
Já que a gente quer, cada vez mais, trazer a natureza para perto, preparamos uma novidade muito especial: a Ju Nabuco vai compartilhar aqui todo o seu conhecimento numa coluna mensal com receitas de produtos de beleza naturais para você copiar em casa!
Conversamos com ela para dar as boas vindas e conhecer um pouquinho mais da história do Nii, vem ver:
Como você se envolveu com as medicinas da terra?
Meu caminho pelo universo das plantas começou quando tive o primeiro contato com alguns dos povos indígenas do Acre, em especial os Huni Kuin, com quem sigo aprendendo até hoje. Os pajés foram uma imensa fonte de inspiração em minha vida, e foram eles que me ensinaram sobre a conexão com o sagrado e os espíritos da natureza, coisas que jamais poderão ser colocadas em palavras, fórmulas ou receitas.
Mas foi em 2013, durante uma viagem de um ano percorrendo caminhos nativos das Américas (grande parte do tempo vivendo em uma kombi/casa), que descobri meu chamado para trabalhar com as plantas.
Conta mais sobre essa viagem de trailer?
Em 2012, meu marido e eu nos conhecemos, nos casamos e decidimos fazer uma viagem com o único plano era não ter planos. No ano seguinte fomos do Equador a Calfórnia por terra, e na Guatemala compramos uma Kombi 1979. Levamos um mês fazendo reformas e transformando ela em uma casa sobre rodas.
Tinha cama, cozinha, cortinas… era linda! Fomos de interiores à capitais passando por pessoas, paisagens e vivências épicas com o Tatanka (como carinhosamente a batizamos). Foram meses de muita aventura e descobertas.
Como você tem desenvolvido seus estudos sobre a “terapia dos cheiros”, a aromaterapia?
Pesquiso muitas coisas em livros, artigos científicos e com grandes mestres do assunto (volta e meia estou fazendo algum curso novo e visitando meus antigos professores). Existem escolas bem especiais aqui no Brasil, e acho que é nelas onde mais me desenvolvo. Experimento tudo que faço em mim mesma, sou meu maior laboratório.
O processo criativo é perfumado e inspirador, cada planta traz uma infinidade de possibilidades a ser trabalhada.
Qual foi o estalo para criar o Nii?
Assim que voltei de viagem resolvi mergulhar nos estudos das plantas. Fazia experiências todos os dias, e minha motivação sempre foi encontrar soluções sustentáveis para criar produtos naturais com propriedades medicinais e aromáticas capazes de trazer bem estar e perfumar a vida.
Quando me dei conta estava desenvolvendo uma grande variedade de experimentos e fazendo uso continuo deles. Minhas amigas foram se interessando em usar as criações e em pouco tempo já estava recebendo encomendas. A linha foi tomando forma, e mais adiante, minha amiga Roberta Abud chegou junto, aplicando seu talento na direção de arte da marca. O Nii tem sido meu grande desafio e minha maior aventura!
Fica de olho e não perca nenhuma receita para ficar naturalmente bela! 😉
