A disputa está acirrada nesta edição do Oscar: o “Grande Hotel Budapeste” e “Birdman” lideram as indicações, concorrendo em nove categorias. Em seguida, aparece “O Jogo da Imitação”, com oito, “Sniper Americano” e “Boyhood” com seis indicações. E então, quem leva? A resposta será no dia 22/02, quando a cerimônia será realizada em Los Angeles. Enquanto isso, a gente corre pros cinemas para fazer nossas apostas. Vem ver a lista de concorrentes:
Super elogiado pela crítica, Michael Keaton vive um renascimento de sua carreira graças ao bem humorado “Birdman (A inesperada virtude da ignorância)”, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu (21 gramas e Babel). Não por acaso, ele interpreta um astro de filmes de super herói que tenta conquistar respeito na Broadway. Além de concorrer ao título de Melhor Ator, o longa também está na corrida pelo título de Melhor Filme, e impressiona pelo uso da metalinguística e o falso plano-sequência (tomada sem cortes).
Outro destaque vai para “Jogo da Imitação”, com o excelente Benedict Cumberbatch como Alan Turing, o gênio da matemática que ajudou a encerrar a Segunda Guerra Mundial ao decifrar os códigos de comunicação militar da Alemanha. O filme é dirigido pelo norueguês Morten Tyldum (“Headhunters”) e conta ainda com Keira Knightley (“Orgulho e Preconceito”) e Charles Dance (“Game of Thrones”) no elenco.
Já o polêmico e patriótico épico de guerra “Sniper Americano” foi dirigido por Clint Eastwood, e traz Bradley Cooper no papel principal (também nomeado à estatueta) como um atirador de elite do grupo de operações especiais da marinha. Além de liderar as bilheterias por três semanas seguidas nos EUA, o longa já é uma das grandes apostas ao posto de Melhor Filme.
Disparado o nosso favorito à estatueta, o doce “O Grande Hotel Budapeste”, de Wes Anderson, também é um dos favoritos. Apesar do gênero não ter vez nos prêmios da academia, este parece ter caído nas graças de todo mundo. Também pudera: o longa tem uma fotografia impecável, roteiro envolvente e personagens inesquecíveis. Injusto não indicarem Ralph Fiennes, certo?
Impossível também não mencionar o elaborado “Boyhood – Da infância à juventude”, que nos mostra a importância do tempo nas narrativas. O longa foi filmado com o mesmo elenco durante nada menos do que 12 anos seguidos (!) – algo nunca visto antes na história do cinema. O resultado é surpreendente, já que acompanhamos, de fato, o crescimento de Mason (vivido por Ellar Coltrane) ao longo de sua infância e adolescência.
Na lista também está “Selma – Uma luta pela igualdade”, que conta a história emocionante de Martin Luther King. Uma pena que a diretora do longa, Ava DuVernay, não tenha sido a primeira cineasta negra a ser indicada à categoria.
Outro destaque vai para “Whiplash – Em Busca da Perfeição” que não é exatamente um filme sobre jazz, mas um longa que encanta os apaixonados por música. Atenção às ótimas atuações de J.K. Simmons (“Homem-Aranha”) – ele está impecável no papel de carrasco – e Miles Teller, verdadeira revelação.
Se já está difícil apostar em qual será o Melhor Filme, o páreo duro mesmo é quem leva a estatueta de Melhor Ator. Além das atuações brilhantes de Michael Keaton e Bradley Cooper, é emocionante assistir Eddie Redmayne se transformar no cientista Stephen Hawking em “A Teoria de Tudo”. O drama é uma adaptação do livro homônimo escrito por Jane Hawking, ex-esposa do físico. Eddie já faturou o Globo de Ouro e é um dos favoritos ao Oscar de Melhor Ator. A interpretação impressiona principalmente nas partes em que o personagem começa a sofrer com os efeitos da Doença de Lou Gehrig, com a qual foi diagnosticado aos 21 anos.
Para reforçar o impacto de doenças degenerativas, outra atuação que merece aplausos é de Julianne Moore em “Para Sempre Alice”. A atriz é a favorita absoluta na categoria de melhor atriz graças a uma personagem que sofre os devastadores efeitos do Alzheimer.
Quem também tem grandes chances de levar o título de Melhor Atriz é Reese Whiterspoon, que trouxe às telonas “Livre”, o best-seller de Cheryl Strayed. Depois de anos de comportamento inconsequente, o vício em heroína e a destruição de seu casamento, Strayed decide mudar. Assombrada pela lembrança de sua mãe e sem nenhuma experiência, ela sai para trilhar os milhares de quilômetros do Pacific Crest Trail totalmente sozinha, numa jornada que a enlouquece, a fortalece e a cura.
E na categoria (cobiçada!) de melhor filme estrangeiro apostamos em “Relatos Selvagens”, filme argentino que reúne seis histórias independentes, todas lidando com o limite – da vingança e da violência.
Ah! Outro merecido destaque é “O sal da terra”, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, concorrendo a Melhor Documentário. Coisa boa, hein?
Que vençam os melhores! 🙂