Assistir a um filme de Wes Anderson é sempre uma experiência apaixonante.
Além das histórias nada convencionais, a estética de seus filmes são sempre um deleite para os olhos: são sempre cheios de cores saturadas, figurinos e objetos impecáveis, personagens caricatos que lembram desenhos animados, e quadros únicos, simetricamente perfeitos.
Wes é um apaixonado por arte, design e pelos detalhes. Ah, os detalhes! Eles fazem toda diferença nas suas narrativas e já o consagraram como o diretor independente mais reconhecido no mundo.
É que, como todo grande cineasta, Wes tem suas marcas registradas: a câmera lenta para marcar trechos de emoção, o visual exuberante, um elenco fiel – Bill Murray, Jason Schwartzman e Owen Wilson estão em quase todos seus filmes – e a cortina vermelha, um personagem constante na obra do diretor.
Em “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001), os cenários são apresentados como se tivessem sido montados em um palco. Já em “Moonrise Kingdom” (2012), uma peça de teatro é inserida no centro de sua narrativa, e a abertura de uma cortina vermelha dá início à apresentação dos personagens de “A Vida Marinha de Steve Zissou” (2004), que retrata uma jornada pelo desconhecido.
Outra assinatura de Wes é inverter papéis, retratando crianças como adultos e adultos como crianças. Um bom exemplo é a paixão adulta do casal pré-adolescente Suzy e Sam, de Moonrise Kingdom. Para viver o primeiro amor, os dois fogem para uma ilha deserta e paradisíaca.
Uma das obras mais incríveis de Anderson é “Viagem a Darjeeling” (2007), que conta sobre o reencontro de 3 irmãos após a morte de seu pai, e a bordo de uma viagem de trem para a Índia. A família disfuncional é vivida por Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman, com participação de Anjelica Huston. O filme é repleto de momentos únicos e absurdos, que através das lentes do diretor se transformam em situações cotidianas e corriqueiras.
A trilha sonora também é uma das suas especialidades. O rock britânico dos anos 60 criou o clima perfeito de “Pura Adrenalina” (1996), “Três é Demais” (1998) e “Os Excêntricos Tenenbaums”.
Mais recentemente, o pop francês foi escolhido para embalar “Fantástico Sr. Raposo” (2009), primeira e única animação em stop motion assinada por ele. Com vozes e interpretações dos sempre ótimos George Clooney e Meryl Streep, assistimos o herói ir de encontro com a sua verdadeira natureza: a de ser um animal.
A obra mais recente (e provavelmente mais reconhecida e aplaudida), “O Grande Hotel Budapeste” (2014), é uma trama empolgante que desembrulha segredos – desde o trauma da guerra até uma pequena história de amor de perdição. Impossível não se encantar com personagens tão espirituosos e instigantes!
Seus roteiros tragicômicos são cativantes e fisgam até o final. Seja com seus conflitos existenciais ou amores platônicos, as obras de Wes Anderson são sempre dignas do mundo da imaginação – e de um baldão de pipoca para acompanhar! 🙂