Fazendo Arte: obras da Gabi Gelli

por Cantão

As surpresas que a vida traz podem também traçar um novo caminho a ser seguido e isso a artista plástica Gabi Gelli sabe de cor. Foi ainda na faculdade de Design Gráfico que a carioca entendeu que a expressão da arte viria de outra maneira na sua vida: ao iniciar uma matéria livre, criou um projeto sobre as cicatrizes das pessoas.

A partir de então, não parou mais. Nesses cinco anos, soma 6 exposições e uma parceria linda com sua irmã, Alice Gelli. Criativa por natureza, Gabi cresceu numa família de artistas, mas tentou renegar o dom inerente à sua vontade  “eu entrei numa que eu não ia fazer parte disso; ia fazer uma coisa “séria” (Direito, Economia)”, mas o talento falou mais alto.

Hoje ela conta um pouco sobre suas referências de arte, sua trajetória e o que tem feito durante o isolamento social. Vem conhecer e se apaixonar.

 

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“Quando eu tinha 16 anos descobri que tinha uma doença no coração aí tive que operar. Depois disso, fiquei por muito tempo tendo crise pós-traumática. Durante a faculdade, tinha uma matéria mais livre e foi então que eu resolvi fazer um projeto que contava a história das cicatrizes das pessoas. Com certeza foi todo o processo com o coração que me deu esse gatilho.”

 

Conta pra gente qual é a sua idade, onde nasceu e qual sua formação

Tenho 24 anos, nasci no Rio mesmo, e sou formada em design gráfico pela Puc-Rio

Há quanto tempo você é artista plástica e quais foram as suas motivações pra começar a profissão? 

Sou artista plástica desde os 19 anos. Quando eu tinha 16 anos descobri que tinha uma doença no coração aí tive que operar. Depois disso, fiquei por muito tempo tendo crise pós-traumática. Durante a faculdade, tinha uma matéria mais livre e foi então que eu resolvi fazer um projeto que contava a história das cicatrizes das pessoas. Com certeza foi todo o processo com o coração que me deu esse gatilho.

Quando eu fiz esse projeto foi super incrível, assim, foi transformador. Tanto pra mim, quanto para as pessoas que participaram. E aí eu entendi que o meu lugar era muito mais na arte do que no design. Isso foi no quarto período da faculdade. Então, do meio pro final eu fui guiando toda a minha faculdade para fazer as coisas mais artísticas, tanto que o projeto final foi uma exposição junto com  um livro. 

 

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Quando o assunto é arte, quais são as suas maiores inspirações femininas? 

Marina Abramovic, Lygia Clark, Iole de Freitas

 

Vimos que os seus trabalhos estão expostos em uma galeria de arte de São Paulo. Quantas exposições você já fez e qual é o lugar onde mais sonha expor? 

Eu já fiz 6 exposições, sendo três individuais e três coletivas. Pensando bem grande, o lugar que eu sonho em expor é no MoMa. 

 

Queremos conhecer a Gabi extra-office. O que você curte fazer no seu tempo livre? Quais são os seus hobbies?

Então, tem uma coisa que eu peguei muito da minha mãe que é: eu sou viciada em trocar os móveis de lugar. Então eu já fiz todas as composições possíveis no meu quarto. Pego um móvel da sala, boto no quarto…vou sempre mudando.

Adoro isso, acho que dá uma energia fresh pro ambiente, principalmente agora que a gente está confinado em casa, é sempre bom. Já pintei uma parede também. Eu adoro fazer essa parte assim. E praia, que é um hobbie maravilhoso, e não dá pra ir agora, né? Tô assistindo Netflix, comendo pipoca e bebendo vinho. 

 

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Você sempre soube que trabalharia com arte? Desde pequena já sabia o que queira ou o trajeto foi mudando ao longo do caminho?

Eu sempre fui criativa. Sou filha de pais criativos, irma criativa. Minha família sempre foi muito do design, da arte, enfim. Aí, quando eu tava no Ensino Médio, eu entrei numa que eu não ia fazer parte disso; ia fazer uma coisa “séria” [Direito, Economia]. Tive umas fases assim, meio loucas. Aí, depois, em cima da hora eu decidi que eu ia fazer design.

Aí todo mundo sacaneou, porque eu fiquei falando a vida inteira que eu não ia fazer a mesma coisa que eles. Fiquei tentando negar, sei lá, o meu lado criativo. Foi a melhor escolha que eu fiz. Depois eu entrei na faculdade de design e no meio dela eu decidi que ia trabalhar com arte. 

 

A sua irmã, Alice, é artista assim como você! Conta mais do projeto que vocês estão trabalhando em conjunto?

A gente tem um trabalho juntas que assinamos como “Irmãs Gelli”. Começamos há dois anos. A gente parou e voltou. São projetos que pensamos conceitualmente juntas e que exploramos juntas. Nós temos uma relação muito boa, a ponto que eu pensar uma coisa e ela falar exatamente aquilo. Temos muita sintonia, então é gostoso trabalhar junto. 

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Quem é a Gabi na quarentena: o que tem feito para passar esse tempo?

A Gabi na quarentena é a freak da limpeza, passa cotonete em quina de gaveta, eu tô esse nível de ser humano. Mas também tô trabalhando bastante. Está sendo super bom.

Estou produzindo muitas coisas. Eu tô dando uma investida um pouco maior gerando conteúdo para o Instagram, trabalhando a minha imagem como artista e mostrando os trabalhos no Instagram.

Está tendo um retorno muito legal, porque eu sempre falava que ia fazer e não tinha tempo e agora que tô em casa estou conseguindo dar um pouco mais de atenção pra isso.  Tô fazendo projetos que sempre falei que ia fazer e nunca conseguia. 

 

Curtiu a história da Gabi e quer conhecer a trajetória de outras artistas? Todo domingo compartilharemos uma nova por aqui.