Entrevista com a artista Beatriz Leite

por Cantão
A artista Beatriz Leite começou a trabalhar com design e ilustração na revista Capitolina, fazendo parte do projeto desde que foi criado. Foi lá que conheceu a autora Laura Pires, com quem mantém a parceria ilustrando seus textos para as revistas TRENDRTRIP/TPM. Também é a artista que criou as colagens da edição de lançamento da revista Deriva.

Beatriz estuda editoração na Universidade de Buenos Aires e, nas horas vagas, se dedica a poesia e rabiscos. Conversamos com a artista sobre seu processo criativo, referências e inspirações.

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Por que você escolheu a colagem como forma de expressão artística?

Não foi exatamente uma escolha, Eu sempre tive como meio de expressão tanto a escrita quanto desenho, fotografia. Colagem apareceu num momento difícil em que eu precisava muito me concentrar em alguma coisa, aí fiz um curso de colagem com o Nino Cais. Foi a partir daí que não parei mais e acabou sendo como a descoberta do que realmente flui para mim nesse campo. De lá pra cá meu estilo e suportes preferidos já mudaram muito, muito mesmo, mas o caminho tá sempre atravessado pelo corte, recorte, colar, mexer, intervenção, mistura de linguagens.

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Conte um pouco do seu processo criativo: quais diferenças importantes você destacaria em trabalhos autorais e trabalhos editoriais?

Quando os trabalhos são em parceria eu já tenho uma certa fórmula que uso sempre. Por exemplo: lista de temas que serão abordados, criar banco de imagens de referência, imagens que trazem algo do que eu quero e do que a parceria quer. Mas tudo isso precisa estar dialogando com todo um arsenal de coisas que extrapola meu trabalho: os desejos de toda a equipe, o público etc. Acho que a diferença mais importante é ter que combinar o meu trabalho com a expectativa do parceiro. São necessárias concessões de ambas partes. Outra coisa é que um trabalho autoral, justamente, é muito mais íntimo. Então, para mim, requer outras condições e surge de lugares e vai para lugares (subjetivos) diferentes dos que vem quando trabalho para alguma publicação.

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Quais outros artistas, de colagem e de outros meios,você admira e considera como referências para o seu trabalho?
 

O Nino Cais, com certeza, já que foi lá que tudo aconteceu. Depois tem artistas como Gertrudis Goldschmidt, Chirs Engman. E ilustradores que conheci recentemente como Aimee Ferreira (que ilustrou textos meus).

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Como você diria que sua visão de mundo aparece em sua arte?
 
Acho que ambas andam realmente em conjunto, funcionam uma por conta de e através da outra. Então de alguma maneira minha visão está incluída ali, não tem como separar. Mas vamos dizer que para a escolha de projetos, parcerias, plataformas, eu priorizo fatores que tenham a ver com o que eu acredito.
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