do digital ao impresso

por Cantão

aLagarta é daqueles trabalhos que a gente se teletransporta logo nas primeiras páginas. Um universo em formato de revista feminina-colaborativa-sensorial-mutante, que vive hoje um momento muito especial. Depois de 5 anos no modelo digital, aLagarta vai virar revista impressa.

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Ao longo desse tempo foram lançadas 20 edições com temas que passeavam por “refúgio”, “vida”, “liberdade” e até “arquitetura sentimental”. Nessa edição, o tema da vez gira em torno de “solitude”. Aquele estado de paz, de escolher ficar sozinha e saber usufruir desse momento tão rico que a gente é capaz de ter com a gente mesma. Pra tudo isso acontecer, aLagarta foi parar no Catarse. Ou melhor, foi levantar voo por lá.

Carol Lancelloti, realizadora e diretora criativa da revista, junto com seu sócio Leo Pope e a linda equipe fixa de 18 pessoas (além de vários colaboradores que participam em todas as outras edições) lançaram seu sonho no mundo através do crowdfunding. O convite é para que todos aqueles que compartilham desse sonho, possam participar e tornar a edição #21 impressa uma realidade. É reta final! E pra ficar ainda mais bonito, com o sucesso do financiamento coletivo, 7% do lucro será doado ao Projeto ViDançar, do Morro do Alemão no Rio, que dá aulas de balé e hip hop pra criançada e jovens da comunidade.

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Conversei com a Carol, que tá vivendo na pele esse processo de virada de ciclo. Ela dividiu com a gente um pouquinho do que se passa dentro e fora dela:

Como é a sensação de dedicar sua energia diariamente em benefício da liberdade criativa e especialmente a valorização dos artistas brasileiros?

Pra gente é muito gratificante, sempre. É um prazer enorme receber emails carinhosos de leitoras dizendo que somos sua revista favorita, ou que trazemos leveza e inspiração para sua rotina. Porque a gente cria pra isso, com esse foco: provocar essas sensações, tanto para quem cria quanto para quem acompanha. É o que nos move. aLagarta sempre existiu para que a arte pudesse existir, meio a tantas obrigações burocráticas.

E não poderíamos manter um projeto desses no Brasil sem abrir um espaço significativo para os nossos artistas, é claro! Não é fácil ser criativo no Brasil e todo apoio é válido. A gente escolhe dar uma voz pra esses artistas. Além disso, em nossa equipe (e time de colaboradores) sempre teve espaço pra quem tava começando, quem precisava experimentar e até pra estudantes – visto que essa galera nem sempre tem espaço em outros veículos pra mostrar seu trabalho. E desse jeito, ninguém consegue crescer, né?

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E quando falta inspiração, aonde você recorre?

Geralmente a inspiração falta quando a rotina nos engole, junto com o cansaço. Eu pessoalmente me recarrego na natureza, porque muito do que trabalhamos na aLagarta (seus temas, ideias e insights) surge quando paramos para ouvir a nós mesmos, sabe? E a natureza proporciona essa conversa interna, essa conexão. Você geralmente encontra o que está procurando quando para pra se ouvir e se conhecer meio a um ambiente cheio de ar fresco e boas energias. Isso tem muito a ver com o nosso tema atual, inclusive.

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Vi que o novo tema dessa edição especial é “solitude”. Pra você, como seria esse estado perfeito de solitude hoje em dia?

Penso que cada indivíduo possui seu estado perfeito de solitude. No meu caso, sou apreciadora de um bom silêncio e da calmaria. Amo poder ser dona do meu próprio tempo, para que possa dar conta de tudo com dedicação e atenção. Uma rotina desacelerada e silenciosa costuma me colocar em um bom estado de solitude (risos).

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Sou muito a favor da consciência dos ciclos. Como você vê aLagarta amadurecendo e se transformando?

aLagarta sempre formou ciclos, está em nossa energia. E esse é mais um deles, talvez um dos mais marcantes e significativos; agora é a hora do voo! É como ver seu próprio filho crescer. Eu vejo a revista se transformando no que ela nasceu pra ser, sabe? Pra gente, rola uma certeza de que esse é o caminho e por isso seguimos sem medo, sempre determinados.

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Como é a sensação de colocar um sonho nas mãos de pessoas desconhecidas? É preciso gerenciar as expectativas de um financiamento coletivo, né?

A maioria dos apoiadores é formada por amigos, família e leitoras. Então, não são exatamente desconhecidas. E mesmo quando são pessoas novas, que descobriram a revista há pouco tempo, passam a se tornar queridas porque passaram a acreditar no projeto e, pra gente, é isso que importa. Acreditar no mesmo sonho já nos torna semelhantes de alguma forma. Somos muito gratos por essa troca. E sim, gerenciar as expectativas é o grande desafio! rs O maior de todos, talvez. Porque a revista está pronta. Produzir uma edição inteira, do zero, de tema à diagramação, nós já fazemos há 5 anos.

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E como fica o coração no meio disso tudo?

Ansiedade pura, né? Afinal, faltam 8 dias (!). Mas tem dias que ele se enche de alegria, quando, por exemplo, recebe um email elogiando nosso trabalho, ou quando veículos que admiramos escrevem com tanto carinho sobre a gente. Essas coisas tornam todo o processo gratificante.

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Abra seu coração e colabore com o projeto aqui!

créditos das fotos: a Lagarta e RIOetc.