Mãeana: magia, intuição e doçura feminina

por Cantão

Ana Cláudia Lomelino é a Deusa por trás (dentro, fora e ao lado) do projeto Mãeana. Cantora carioca, membra da Banda Tono, essa Mãe de Santo das bonecas e amante dos extraterrestres vem nos presentear com suas músicas e compartilhar seu universo particular, suas intimidades, sonhos e reivindicações.

Ao entrar em sua casa conheci um mundo mágico. Seu acervo de bonecas, santos e divindades, discos, fotografias, colagens na parede, cortinas e tecidos purpurinados… tudo me indicava que estava prestes a conhecer alguém diferente, original e único. E assim foi.

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Quando seu filho, Dom, apareceu, vi Ana se transformar em Mãe Ana e ao longo da nossa troca Mãeana chegou para nos contar a que veio. Para ela: “o Planeta Terra é uma Nave Mãe que nos dá comida, nos dá amor, nos carrega. Ela é dadivosa. Dá tudo para todos os seus filhos, sem distinção, sem separação. Precisamos cuidar dessa Nave. O canto foi o jeito que eu achei de gritar e pedir socorro. Quanto eu canto, encontro timbres e notas ancestrais, sinto que o mundo está cantando comigo”.

Sim, ela acredita em disco voador e numa imensidão de existências que compartilham esta nave com a gente e quer trazer essa consciência para a humanidade.

Ana é mulher, criança, ímã, borboleta, amiga e um ser humano de muita luz em processo de autoconhecimento. Mãe Ana é afeto, paciência, firmeza, liberação e acolhimento. Mãeana é seu grito de reivindicação daquilo que nos é de direito: a beleza, a simplicidade, a conexão com a natureza e com a nossa espiritualidade, a força da intuição, a união feminina e o contato com o nosso corpo – vaginas, vulvas, clitóris são símbolos que Mãeana invoca para nos reconectar com a força da mulher.

Seu canto nos enfeitiça pela beleza de sua voz, pela sua simplicidade, por seus timbres agúdos, pela sua performance uterina e criativa e pela sensibilidade das composições, algumas das quais lhe foram dadas de presente por ninguém mais ninguém menos que Caetano Veloso (deuso!) e Adriana Calcanhoto.

Pausa para escutar “Não sei Amar” (presente de Caetano) e se embalar numa bossa leve e sábia que nos preenche de axé e amor:

Mãeana é uma artista que produz e experiencia de forma visceral sua arte. Libriana que só, gosta de fazer tudo em parceria. Seu primeiro disco foi produzido em 2013 pelo seu marido, Bem Gil, e sua banda é composta por amigos queridos (alguns membros do Tono).

Todas as músicas foram escritas para ela e contam sua história, seus mistérios. Desde o figurino a cenografia, todo projeto é realizado por ela e amigos (dentre os quais a artista plástica Fernanda Zerbini). Tudo muito psicodélico, esotérico, ufo, colorido, brilhante, pessoal e, claro, feminino.

Quer conhecer mais ela? Veja essa entrevista:

Aproveita que neste domingo tem show dela! 😉

Vai rolar na Festa Disritmia (DJ Lili Prohmann): dia 24/04 às 17h no Jardim do MAM – Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo. Entrada gratuita.