as cores de jericoacoara

por Cantão

É tão bom quando não criamos muitas expectativas e elas são superadas, não é mesmo? A minha tão esperada viagem de férias foi exatamente assim.

Meu namorado Thiago e eu queríamos algum lugar para espairecer e esquecer do corre-corre da cidade. Sou praiana e ele surfista, então o destino só podia ser praia! Sem fazer ideia de qual seria esse destino de sol e mar, nos encontramos um mês antes com mil destinos diferentes e pouco tempo pra planejar.

Durante uma conversa, uma amiga sugeriu Jericoacoara, no Ceará. Fiquei com uma sensação tão boa ao ouvir as lembranças dela de lá que corri, pesquisei, e me apaixonei de cara. Viagem fechada, chegou a hora de embarcar. Tínhamos duas semanas pela frente e fomos sem planejamento, descobrindo tudo pelo caminho…

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Jericoacoara é um lugar fora do comum. E todo mundo que volta de lá diz a mesma coisa: a cidade é mágica! Não se espante ao ouvir alguém contando de suas experiências com brilho nos olhos de quem se encantou.

A aventura começa no caminho mesmo. Depois do avião, é preciso pegar um ônibus até lá. O percurso é lindo e você já vai entrando no clima da cidade passando pelo litoral e pelas dunas branquinhas!

Jeri é um lugar charmoso, simples, rústico, pé na areia! Entramos em modo off e nos desconectamos de tudo…

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A cidade é bem pequena e só tem umas cinco ruas principais. Dá pra fazer tudo a pé, afinal, todas elas levam à praia principal. Assim que chegamos, deixamos as coisas no hotel e corremos para fazer o que se tornaria nossa rotina (nada chata) nos próximos 12 dias: assistir ao pôr do sol mais incrível de todos os tempos!

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Parece exagero, mas o sunset em Jeri tem uma energia boa e muito especial… o pessoal tem o hábito de se reunir na duna do pôr do sol e curtir o fim do dia ali, contemplando. Melhor recepção, impossível!

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Também curtimos o caminho a pé da praia principal, passando pela Praia da Malhada e chegando na Pedra Furada. A maioria dos turistas acaba indo de bugre pra lá, mas o caminho a pé é mais lindo ainda. É preciso ir bem cedo, para aproveitar a maré baixa. Você vai passando pela praia cheia de formações rochosas, onde se formam piscinas naturais.

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Fizemos essa caminhada várias vezes e a cada dia descobríamos uma coisa nova, um novo cantinho… a volta deve ser pelas dunas, já que a maré sobe. É tranquilo e vale muito a pena! Em termos de passeio, fomos para as famosas lagoas Azul e do Paraíso, e sim, vale muito! É um programa mais turístico e movimentado, mas não dá para deixar de ir!

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Jeri também é “o lugar” para praticar kitesurf. Meu namorado fez algumas aulas, enquanto eu curtia o passeio até a Praia da Preá (praia que os iniciantes no esporte praticam) de bugre. A volta pela dunas com o sol se pondo e o ventinho batendo foi inesquecível…

À noite a cidade fica mais calma, sem grandes badalações. Mas sempre rolam dois eventos que são super tradicionais e não deixam ninguém parado: os ótimos forró da Dona Amélia e o Samba da Benção.

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A culinária local também é um caso a parte. Para quem curte frutos do mar, não faltam opções fresquinhas. A típica carne de sol com macaxeira também se encontra muito por lá, além de outras delícias tradicionais como baião de dois e tapioca, que comemos todos os dias! Também fizemos uma descoberta deliciosa: o pão do sol, um pão de queijo recheado de carne de sol. Ele é vendido em pequenas quantidades nas ruas da praia, e é disputado, viu?

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Difícil pensar nos problemas deitada naquelas redes, balançando pra lá e pra cá… mas mais difícil ainda foi vir embora.

Nos últimos dias já estávamos fazendo até planos de morar por lá um dia! Aquilo sim é vida: tranquilidade, praia, segurança, povo solícito e do bem. Voltamos de lá com a cabeça fresca, leve, leve… e prestando mais atenção nas pequenas coisas, valorizando cada dia, com a certeza de que um pôr do sol nunca é igual ao outro!

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COMO CHEGAR: é preciso pegar um avião até Fortaleza, e de lá uma viagem de ônibus que dura 6h – o final do trajeto é feito por uma jardineira (aqueles ônibus abertos, com banco de madeira). Também é possível alugar uma 4×4 que encurta a viagem para umas 4h.

ONDE FICAR: nos hospedamos na Pousada Casa do Ângelo (conforto na medida e preço bacana). A Pousada Aconchego (mais roots, fofa e aconchegante) e a Vila Kalango (de frente pra praia) também são boas pedidas.

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ONDE COMER: Casa da Pedra e Naturalmente (os crepes e sanduíches são muito saborosos), Tamarindo (mais arrumadinho, com preço justo e menu bacana), Na Casa Dela (comidinhas típicas), Vila Kalango (a pousada tem um happy hour interessante com música ao vivo, os drinks e petiscos são uma delícia).

PASSEIOS: se estiver com tempo, vale super a pena fazer as aulas de kite (recomendo o Play Kite), os passeios para Lagoa Azul e Lagoa do Paraíso, e o stand up paddle no Mangue Seco (é preciso reservar antes). Também vale alugar um bugre!

NÃO ESQUECER: chinelo, muito filtro solar, dinheiro em espécie (a cidade não tem caixas eletrônicos), um casaquinho (venta bastante todos os dias) e uma câmera à prova d’agua é tudo de bom também!

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Ah, as belezas do Nordeste! 🙂

créditos das fotos: Thiago Saramago

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